Talvez seja destino ( MoonSun )

Capítulo 18 e 19

Parece que se passaram horas. Ainda estou presa e não sei aonde estou.

Já tinha dado varias voltas no quarto, procurando por um meio de sair dali, mas foi em vão, o lugar não tinha nem mesmo janelas e a porta era tão dura que duvidava muito que fosse madeira. Desisti de dar voltas em círculos e voltei a sentar no chão gelado suspirando fundo.

Só conseguia pensar no que Solar pensaria se eu não aparecesse para vê-la, não queria que a garota pensasse que eu tinha abandonado ela outra vez, dessa vez não foi por querer. Ao mesmo tempo que pensava na garota pensava também no que havia feito para estar naquele lugar, quem teria interesse em uma pessoa como eu? Sem bens materiais, sem um futuro de riquezas ou algo a oferecer. Eu definitivamente não conhecia praticamente ninguém, só o pessoal do trabalho e Solar.

Como se o mundo estivesse ouvindo meus pensamentos a posta do cômodo se abriu, deixando entrar um feixe de luz que me fez semicerrar os olhos por ter ficado horas em um ambiente completamente escuro.

— Então finalmente acordou. Achei que teria que espanca-la ate acordar. — Era uma voz masculina, rouca e grave, seguida por uma risada baixa e de extremo mal gosto, provavelmente rindo da própria piada.

Forcei as vistas até me acostumar com a claridade, me deparando com um cara alto, de uma beleza razoável que até daria para admirar se não fosse a situação atual, mas eu nunca havia visto ele antes e sem sombra de duvidas não fazia a menor ideia de quem era ele.

— O que foi? Viu algum fantasma, querida? — Novamente a mesma risada foi dada por ele e de repente estava sendo puxada pelo braço para me levantar. Ele apertava firme meu antebraço e com a mão livre apertou meu rosto sem tanta força. — Até que você é bonitinha, pena que esse rostinho não ficara bonito por muito tempo.

Logo após dizer isso não demorou meio segundo para sentir meu rosto esquentar e arder com um tapa que veio sem aviso algum e foi seguido por um chute em meu estomago. O que fez com que caísse ajoelhada e sem folego no chão, gemendo baixo pela dor que sentia.

— O primeiro aviso não bastou, não é? Você tinha que aparecer de novo, sua lésbica nojenta. — Mais um chute veio, na lateral do meu corpo, me fazendo cair deitada e me encolher de dor. — Com você no caminho eu não consigo nem mesmo fazer ela me olhar. O que foi que ela viu em você? Entenda de uma vez, YongSun é minha, sempre foi. Ela foi prometida pra mim desde que tinha 15 anos, sabe quanto tempo eu tive que esperar até ela se tornar mulher o suficiente para toma-la? Ai você aparece e estraga tudo.

Ele vociferava cada frase e questionamento enquanto voltava a me chutar. Tentei proteger meu rosto a todo custo enquanto recebia os chutes sequenciados. Estava confusa com cada informação, mas já sabia de quem se tratava. Era o Ex namorado de Solar, o mesmo que havia prendido ela por uma noite em sua boate e...

Naquele momento meus pensamentos pararam em uma frase dita por ele, "quanto tempo tive que esperar ate ela se tornar mulher o suficiente para toma-la". Arregalei os olhos com aquele pensamento nojento que me veio a mente. Tentei me levantar com uma certa dificuldade, apertando minha cintura pela dor que sentia.

— E-então... foi você... — Disse baixo, com muita dificuldade para pronunciar qualquer palavra devido as dores que sentia. Ele sorriu maliciosamente mas não me impediu de levantar e nem se aproximou

— Para uma mulher idiota você até que entende rápido. Estávamos passeando, ela estava com aquele vestido deliciosamente curto, obviamente pedindo para ser minha, e eu aproveitei o vazio da praça para cumprir o desejo da minha garota. Talvez eu tenha sido um pouco bruto... — Cada palavra dele me enjoava, principalmente a ultima frase, que ele disse com uma risada maldosa. — ... não tenho culpa sabe. Sou forte e as garotas gostam disso, mas ela era fraca demais e gritava muito. Tive que tampar a boca dela, só que ela acabou desmaiando, eu ia terminar e levar ela para casa mas, de repente, alguém apareceu. Você! Você atrapalhou tudo. — Ele disse apontando para mim diretamente, seguindo de um tapa forte em meu rosto mais uma vez. — Tive que me esconder rápido e você chamou a ambulância. O que eu podia fazer ? Tentei ir ver ela no hospital mas você SEMPRE estava lá. Você não passa de um incomodo que vem atrapalhando tudo a mais de dois meses.