Cap. 62- Dona Cida, sonhando e sono de beleza

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Chego em casa, estaciono meu carro e entro.

Dona Cida: você vai querer jantar Liam?- pergunta quando eu estou indo em direção as escadas.

Eu: obrigado Cida mas não estou com fome- Cida era a cozinheira aqui de casa, trabalha aqui desde quando meus pais eram os donos, eu sempre a tive como uma segunda mãe.

Dona Cida: você já comeu fora ou só está fazendo birra pra não ter que comer?- fala e eu rio, ela tem mania de me tratar como criança as vezes.

Eu: eu comi com o Matthew Cida- minto para ela parar de encher.

Dona Cida: acho bom, quando sua mãe ligar e perguntar eu quero poder responder que seu filho está de alimentando direito.

Eu: não precisa se preocupar. Agora deixa eu subir, tomar um banho e dormir por que eu estou morrendo de cansaço- dou um beijo em sua testa- e a senhora também deveria ir descansar, já está muito velha para...

Dona Cida- não se atreva a me chamar de velha menino- ela me dá uma tapinha no braço me fazendo rir- agora vá descansar por que eu também já estou indo- ela faz uma pausa- mas não é por que eu estou ficando velha entendeu?- fala séria.

Eu: sim, claro- rio- boa noite Cida- vou subindo as escadas

Dona Cida: boa noite garoto.

Entro em meu quarto, jogo o paletó em algum canto e vou tomar meu banho aproveitando para refletir em tudo o que estava acontecendo nessa minha vida atualmente parcialmente ferrada.

Saio do chuveiro, visto uma boxer e calça moletom e me deito na cama pegando meu celular. Vejo que tem algumas mensagens de umas mulheres aleatórias que eu nem tenho certeza se conheço dizendo que estão com saudades. Reviro os olhos, quem diabos passou meu número pra essa gente?

Excluo tudo por que não estou afim de flertar com ninguém. Na verdade acho que eu estou perdendo a capacidade de fazer isso, tudo o que eu consigo fazer é compara-las com Sofia e perceber que não tem como substituí-la.

Eu odeio me sentir assim mas não consigo evitar. Tudo isso é pra falar no mínimo assustador, além de estressante, um pouco ridículo e todas as outras coisas. Eu nunca havia gostado de nenhuma outra mulher assim antes mas, com Sofia só de saber que neste momento ela me odeia eu já me sinto péssimo. Saber que a qualquer momento ela pode estar com outro homem nem se fala, já é tortura o bastante vê-la conversando ou tocando algum daqueles babacas aleatórios. Imagina se ela começar a namorar um. Dá dor de cabeça só de pensar.

Fico esperando pela ligação de Carol e já estava parecendo demorar uma eternidade quando de repente meu celular toca.

Ligação Carol on**

Eu: oi Carol, eu estava esperando...que bom que você ligou.

Carol: eu prometi que ligaria- curta e grossa

Eu: ah claro, mas e a Sofi? Ela está bem? Você já chegaram em casa?- talvez eu estivesse um pouco afobado.

Carol: sim ela está sã e salva em casa- ótimo

Eu: certeza?

Carol: bom, talvez não tão sã assim- fala e eu rio

Eu: será que tem como eu falar com ela? talvez ela aceite e...

Carol: agora não é a hora- me interrompe com o mesmo discurso de "agora não é a hora".

Eu: talvez a versão bêbada e mais desbocada da Sofia já esteja aberta a uma conversa rápida- meu pai sempre diz que a esperança é a última que morre.

A Estilista e o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora