08 | quero esganar todos vocês

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[...]

 — Então, como se sente? — Wooyoung questiona. San o olha de lado.

— Horrível. Quero esganar todos vocês, mas se eu esganar dentro da escola eu sou expulso e, se esganar fora, sou preso.

— Nossa, para que tanta agressividade?

— Eu vou contar para ela que foram vocês que fizeram a aposta.

— Está louco? Ela vai nos bater! Se ela não te suporta, imagina depois connosco.

— Que seja. — Pegou seu celular, olhando as horas. — Mas não hoje, então se sintam felizes.

— Sinto-me muito feliz, você beijou ela.

— Você está mais feliz que eu. Preferia te beijar.

— Até eu amaria me beijar. — San revirou os olhos. Odiava o quanto o amigo era convencido. 

— Te vejo amanhã. — Falou assim que viu seu autocarro chegando. Entrou dentro dele olhando para o Jung e, assim que me senta, ele mesmo estava me acenando parecendo um bobinho. Ele é tão... O Wooyoung. San pensa mais uma vez, rindo mentalmente.

Quando chegou na paragem que desejava sair, não esperava ver o que viu. Sua mãe estava conversando com as gémeas e ainda com a mãe dela. Meu dia não poderia piorar? Ah, mas claro que pode, isto só está a começar, estou mesmo vendo. E mais uma vez pensou, bufando.

— Filhote, finalmente chegou. — San não conseguiu revirar os olhos. Queria entrar dentro de casa, mas a mãe das gémeas o impediu. 

— Que falta de educação não nos cumprimentar, Sannie. Está tudo bem?

— Mãe, deixe ele. — Uma delas fala, que para sorte de San, não foi ela.

— Me desculpe, estou meio apressado pois tenho que ir estudar, amanhã tenho uma prova surpresa. — Era mentira, mas foi a melhor coisa que ele arranjou.

— Preciso falar com você depois, meu menino. — Falou sua mãe num tom mais baixo e isso deu medo ao Choi. Claro que daria. Quem fica normal quando ouve essa frase? Com certeza ninguém.

Entrou em casa e correu até o quarto depois de deixar seus ténis no hall de entrada, se trancando, puxando seus cabelos com força ao se encostar na porta. E se ela contou para a minha mãe, minha mãe ficar com coisas pois eu deixo claro que não a suporto, mas agora... Eu estou ferrado. Comentou baixinho consigo próprio, sentindo-se dar em doido.

Sua mãe, às vezes, fica falando quando que o filho arranja uma namorada. Ela quer ser a primeira pessoa a saber, mas San sempre falou que não quer, por agora. Pelo menos até acabar a universidade ele não quer. Como San sempre diz aos seus amigos, sua mãe é daquelas mães que se souber que o filho beijou alguém já pensa em netos. Se com Wooyoung ela já foi assim, que não lhe é nada, imagine-se com o próprio filho.

San ainda é muito novo para isso. Mal sabe cuidar de si direito, imagine-se de um mini San.

— Porque eu estou pensando nesta estupidez? — Bufou, bagunçando seus cabelos, sentando-se na cama, pensando em relaxar, mas batidas na porta foram ouvidas. San abriu e era sua mãe, que não demorou para entrar, cruzando os braços ao peito assim que se encostou na porta fechada.

— Eu quero saber porque chegou atrasado às aulas. — San arregalou os olhos. Não era nada do que tinha pensado que seria a conversa. Meu Deus San... Você não esperava nada por esta.

— Eu... Eu. Me desculpe, perdi o autocarro.

— Quero que acorde meia hora antes a partir de amanhã.

— T-Tudo bem. — Acabou por gaguejar. Acordar meia hora antes seria um terror para San. Perder meia hora do seu sono de beleza devia ser crime, mas ele tentaria cumprir. Conhece sua mãe e se for por ela, San acordaria cinco da manhã para nunca se atrasar. 

— E também, vai fazer o jantar, temos visitas.

— Não são elas, pois não?

— É que são mesmo. Elas querem muito experimentar sua comida.

— Eu nem cozinho.

— Agora cozinha.

— Mãe!

— Quem mandou chegar atrasado as aulas, Choi San!?

— Já basta acordar meia hora mais cedo. Já devia ser crime fazer isso, mas eu vou cumprir!

— Não interessa, sou sua mãe e eu que mando. Quero você fazendo a comida. Tem tudo na cozinha. Estude e na hora de jantar levante essa bunda e vá para a cozinha. Ouviu, menino?

— Sim, ouvi. — Quando a mãe saiu, ele gritou contra a almofada, descontando toda a raiva que sentia, abafando.

Não podia piorar para San. Na mente dele, CLARAMENTE NÃO PODIA PIORAR!

Primeiro: Dá-lhe vontade de colocar veneno na comida.

Segundo: San seria preso por pelo menos quatro assassinatos e um deles é da minha própria mãe.

Terceiro e mais importante pois pode acontecer isso tudo que foi citado em cima: SAN NÃO SABE COZINHAR ALGO QUE PRESTE E WOOYOUNG TEM PROVAS.

Será que dá para subornar a própria mãe mesmo que só seja para ajudar um pouquinho... Tipo todo o jantar? Eu estou ferrado. Hoje não é meu dia, NÃO É. San se via desesperado, choramingando contra a almofada, querendo gritar, querendo se espernear, mas nada disso iria fazê-lo recomeçar aquele dia.

Piercing | choi sanOnde histórias criam vida. Descubra agora