Capítulo 13

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POV Addison

Um mês depois...

- Isso está uma merda. - Ouço Meredith resmungar e afastar o prato de comida.

- Se está ruim faz sua própria comida. - Falo encarando o meu prato.

- Não porque essa é a sua obrigação. - O pai de Meredith a criou como se fosse um homem por ela ter um pênis. Ela tinha um pensamento um tanto quanto machista.

- Se você não sabe, surpresa, você também é mulher. Então isso deveria ser obrigação das duas, se fosse, claro.- Cecília nos olha confusa.

- Vocês estavam no maior romance... o que aconteceu? - Me olha.

- Nada querida. - Toco sua mão por cima da mesa.

(...)

- Addison, vem aqui. - Meredith tranca a porta do nosso quarto, saio do closet e ela me agarra. - Quero foder você. - Diz colando nossos lábios, tento afastá-la. Sinto seu membro duro contra mim.

- Não quero. - A empurro e ela me olha.

- Como não? Você é a minha puta, tem que querer sempre. - Sorri e passa sua mão pelo meu corpo. - Vai, eu sei que você quer.

- Primeiramente, não sou sua puta e sim sua esposa. - Afasto suas mãos de mim. - Segundo, eu não quero Meredith, já disse.  - Suas narinas inflam de raiva e ela me agarra novamente.

- Vamos baby, eu sei que você quer. Me chupe pelo menos. - Diz ao pé do meu ouvido. Em outra época eu já estaria me ajoelhando, mas ela parecia ter perdido o poder sobre mim.

- Não. - Ela me olha nos olhos e vejo algo diferente.

Não tinha aquele brilho que eu amava, não tinha nenhum resíduo da minha Mer neles. Seus olhos eram iguais, mas essa Meredith que estava me pedindo aquelas coisas tinha um tipo de escuridão no olhar. A minha Mer tinha uma luz que iluminava minha vida.

Elas pareciam pessoas completamente diferentes...

- Pensei que me amava. - Aperta minha cintura e eu tento afastá-la. - Pensei que amava me chupar até eu gozar.

- Pensou errado.

- Escuta aqui. - Sua voz fica ameaçadora. - Você vai fazer o que eu estou mandando. Vai me chupar agora e depois eu vou te foder. - Engulo seco e ela começa a abaixar suas calças.

(...)

Eu estava ajoelhada na privada vomitando. Estava me sentindo suja e violada.

- Quer que eu ligue para um médico? - Ouço a voz da holograma.

- Não. - Me levanto, dou descarga e escovo os dentes. Me encaro no espelho e sinto vontade de chorar.

Minha mente volta para a Meredith doce, para o seu sorriso, para o seu olhar carregado de carinho, seu toque, seu beijo.

Quando me dou conta estava chorando. Não acredito que Meredith foi covarde ao ponto de não aceitar um não.

- Manda uma mensagem para Amélia, pergunta se eu posso dormir lá. - Soluço e vejo minha conversa com minha amiga sendo aberta, ela manda mensagem e Amélia responde que sim.

Pego meu celular, meus saltos e saio rapidamente.

Eu deixaria Cecília ali, sabia que Meredith não tinha coragem de tocar nela.

Corro para a casa de Amélia e entro, assim que a morena vê meu estado ela abre os braços.

- O que aconteceu? - Pergunta Amélia.

- A Meredith... - Choro ainda mais.

- O que ela fez?

- Me... estuprou. - Falo com nojo e Amélia me aperta em seus braços.

- Chega, essa é a gota d'água. - Me solta e pega o celular.

- O que você vai fazer? - Pergunto ainda grudada nela.

- Vou ligar para a polícia. - Digita um número.

- Não, por favor. - Murmuro. - Não Amy...

- Cala a boca ruiva. - Beija minha testa. - Boa tarde, eu quero fazer uma denúncia de estupro...

- Amélia não. - Tento pegar o celular dela, Amélia se afasta e vai para um outro canto.

(...)

Dez minutos depois uma viatura de polícia estacionou na frente de casa de Amélia, uma policial morena entra e ao ver o meu estado arregala os olhos.

- Pode dizer o nome da pessoa? - Pergunta de forma calma se ajoelhando na minha frente. Fico calada apenas chorando baixinho.

- Meredith Grey. - Amélia diz e eu soluço. - Esposa dela.

- Oh. - Diz parecendo estar em choque, e Amélia preenche o boletim de ocorrência. - Já volto. - Diz e sai da casa.

- Qual o seu problema? Não era pra denunciar ela. - Olho para Amélia.

- Eu tolero tudo Addie, mas Meredith já passou dos limites. - Ela se ajoelha na minha frente. - Para de ser idiota, iria mesmo proteger uma estupradora? Estou profundamente decepcionada.

- Mas eu amo ela...

- Você ama a Meredith doce e gentil. Não essa. - Me abraça.

- Estamos com a ordem de prisão. - A policial morena entra com os papéis na mão.

Vamos para fora e eu fico grudada em Amélia, vejo dois policiais entrarem na minha casa e logo sairem com Meredith aos gritos.

- Me solta, porra! - Grita tentando se soltar e escondo o meu rosto no abraço de Amélia, voltando a chorar. - Addison, baby me... - Amélia tampa meus ouvidos.

- Addie, você quer entrar? - Pergunta com a boca perto do meu ouvido, abafando o que Meredith dizia.

- Quero. - Falo chorosa e sinto minhas pernas ficarem fracas assim que meu choro fica ainda mais forte.

Amélia me ampara até sua casa, e eu deito no sofá.

- Eu vou fazer algo para você comer. - Diz e beija minha testa.

- Não me deixa sozinha, Amy. - Murmuro a olhando.

- Não está com fome? - Nego com a cabeça e ela se senta no sofá, puxa minha cabeça para seu colo e fica acariciando.

- Já está tudo certo, iremos embora agora. - Ouço a voz da policial.

- Obrigada policial...

- Pode me chamar de Callie. Cuida dela, ela vai precisar. - Sussurra.

- Cuidarei. - Amélia sussurra de volta e ouço a porta ser fechada.

- Amy, obrigada por sempre estar comigo. - Falo chorosa e ela sorri fraco.

- Nosso pacto de melhores amigas, lembra? Na alegria e na tristeza, nas brigas e em qualquer momento, sempre juntas. Até no submundo, Addie. - Diz e acaricia meu rosto, eu volto a chorar.

Eu já havia tomado três banhos e ainda me sentia suja. Não conseguia me olhar no espelho sem sentir nojo.


POV Meredith

- Addison. - Falo entrando no seu escritório. Eu e ela estávamos nos dando bem nesse último mês.

- Sim?

- Quer sair para almoçar? Já estou indo. - Me aproximo da mesa.

Addison se levanta e fica na minha frente.

- Claro. - Sorri. - Apenas preciso fazer algo antes.

- O qu... - Ela me puxa pela minha blusa e cola nossos lábios.

Meu corpo não tem nenhuma reação, era como se estivesse beijando qualquer pessoa. Não era a mesma coisa de beijar a minha Addison.

Suspiro e retribuo o beijo.

- Agora podemos ir. - Fala ao terminar o beijo com três selinhos.



Eu só queria proteger a Addison :(

In 2033 - Meddison Onde histórias criam vida. Descubra agora