Há alguns anos atrás, eu comecei a ser uma pessoa diferente e ao mesmo tempo indiferente com muitas coisas que aconteciam em minha volta.Eu tinha uma amiga que eu a considerava como uma amiga e talvez se tivéssemos ficado mais próximas, uma irmã. Só que depois de um certo tempo as pessoas começam a apenas se acostumar com a presença de algumas até elas irem ou só a empurramos porta a fora.
Hoje em dia eu entendo ela, o que aconteceu foi uma espécie de auto proteção, legítima defesa ou algo assim, eu gosto e prefiro acreditar que foi isso.
Poucos dias antes de nos afastarmos eu tinha começado a jogar um bendito jogo que tinha sido lançado a poucos meses, eu sempre ouvia os meninos falando sobre o jogo e então eu decidi instalar e saber mais como era.
Eu tinha baixado só por baixar, eu tinha jogado mas só jogado, eu não senti nenhuma emoção quando jogava sozinha. No dia seguinte quando alguns meninos estavam conversando sobre eu decidi dar a minha opinião também.
- Ah, eu não achei nada demais nele realmente, os gráficos são bons, a jogabilidade é boa mas é só um jogo normal, não vi nada demais...
G: Você joga? (Eu fiquei surpresa com o comentário dele pois foi a primeira vez que ele troca uma palavra comigo sem batermos boca)
- Jogo mas como disse não vi nada demais...
G: Me passa teu user, aí dá pra jogarmos juntos, o quê tu acha K? (Eu jurava que ele me odiava, eu sempre fui grossa com ele e ele comigo e do nada ele quer jogar comigo? Eu achei estranho mas aquilo ia virar uma baita amizade)
K: É uai, passa pra gente, aí fazemos grupo e te mostramos a graça do jogo (O K era um menino novo, eu não tinha problema com ele e ele também não se metia no meu problema com o G, sempre tivemos uma relação pacífica)
- Ok, é esse aqui, me mandem solicitação, vou estar online quando eu chegar em casa. (Anoto o meu user em dois papéis e dou pra eles)
G: Gabi? Mas teu nome não é Gabi...
- Na verdade, meu segundo nome é Gabrielly (Eu falo e dou um sorriso fraco e ele assente com a cabeça)
Mais tarde naquele dia recebo a solicitação dos dois, eu aceito e logo entro em um grupo com eles...
G: Gabi esse outro menino que tá aqui é o meu primo tá...
- Beleza
K: Prazer
- É nós
No início eu fiquei mais na minha, só escutava e ficava rindo das palhaçadas deles. Querendo ou não eu fiquei mais próxima deles e depois daquele dia sempre jogávamos juntos, eu era péssima mas depois de um tempo fiquei até melhorzinha.
Eu não gostava muito de ficar em casa naquela época, então quando eu jogava com os meninos eu ficava à vontade, eu ficava focada na partida e me divertia com eles de uma forma genuína.
Mas minha amiga não parecia gostar muito dessas novas amizades, eu e ela sempre odiamos o G mesmo sem nem ter tido oportunidade de conhecer ele. E no fim ele não era de todo mal, só que ela não sabia disso.
Com o tempo comecei a me aproximar mais dos meninos dentro da sala, conversava mais com eles e peguei até uns costumes e quanto mais próxima deles, mais distante dela eu ficava.
Até que um dia ela simplesmente começou a me ignorar, do nada mesmo.
- Eii, o que foi que eu fiz? Você ficou magoada com alguma coisa? Me desculpa de verdade. Só me fala o que aconteceu...
L: .......
- Pelo amor de Deus, tu vai ficar muda agora criatura? (Eu já começava a aumentar o tom de maneira impaciente)
L: É por isso, desde que tu começou a andar com esses meninos você tá parecendo uma idiota! Tá começando a falar mais alto, tá começando a xingar a cada 2 minutos. Você tá chata, muito chata! (Eu sabia que era verdade mas eu não queria ter me afastado dela por um motivo tão besta)
- Você tá brincando? É só por causa disso? Era só ter me falado que eu parava, não sabia que isso te incomodava, você nunca falou nada...
L: Sabe, eu não quero mais ser sua amiga, eu não sei mas eu só cansei...
- Qual é, para com isso, nós combinamos em tudo! Somos as filhas do padeiro, lembra? (O fato de sermos filhas do padeiro era uma piada interna nossa, e essa piada nunca perdeu a graça pra gente...)
L: Só para, me deixa sozinha.
- Quer saber?! Quer ficar sozinha? fica. Não vou ficar me humilhando pra ti.
Naquele dia não doeu muito, eu não tinha sentido o baque da perda dela ainda... Mas quando ela veio, ela me destruiu lindamente.
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The Champions
Non-FictionUma história real, acrescentada com alguns detalhes irreais. Foi uma época muito pesada que eu tive nos meus poucos anos de vida, eu tive muitas alegrias mas também tive muitos dilemas, tristezas e eu acho que está na hora de contar isso pro mundo...