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Feya gargalhou quando tropeçou na areia e caiu sentada, tapando a sua própria boca notando que estava fazendo barulho demais, o que não era o ideal quando estávamos fugindo.

Fugindo não era bem a palavra. Saindo de fininho de minha própria festa de aniversário que estava lotada de grão-feéricos engomadinhos, elite e pretensiosos - todas as categorias que eu passei os últimos anos lutando contra, tentando promover uma sociedade de oportunidades equitativas entre grão-feéricos e feéricos inferiores.

Sorri para a bela fêmea à minha frente e me sentei ao seu lado, permitindo que meus pés descalços sentissem as pequenas ondas que iam e vinham em seu próprio ritmo na praia.

— Qual a sensação de estar finalmente completando 110 anos? - Feya perguntou, ajeitando uma mecha de seus cabelos dourados atrás da orelha.

Olhei para a vastidão do mar que mantinha-se calmo numa época tão turbulenta de debates na Corte Estival. Tentei barrar o ritmo de meus pensamentos, Feya não precisava saber dos meus problemas, ela era minha convidada especial e apesar dos nossos flertes descarados, ela ainda tinha uma vida na Corte Crepuscular, o que fazia com que nos víssemos pouco.

— A única coisa que aumentou com a idade foram as responsabilidades, querida - brinquei e apontei para meu próprio corpo. — Fora isso, continuo novinho em folha.

Seus olhos castanhos acompanharam o movimento de minha mão e se demorou em meu torso desnudo. Céus, ela era deslumbrante. Estávamos naquele jogo há muito tempo e talvez fosse a bebida levando o melhor de mim, mas no segundo seguinte eu já tinha avançado em Feya, beijando-a.

Feya suspirou sob meu toque e suas unhas encontraram minhas costas quando aprofundei o beijo e a deitei na areia. Seu cheiro era inebriante e não resisti, deixando seus lábios e passando a distribuir as carícias pela extensão de seu pescoço, fazendo-a gemer meu nome.

— Tarquin, eu... - sibilou Feya, mas as palavras morreram em sua boca quando uma onda mais forte quebrou na beira da praia, chamando nossa atenção.

Feya me empurrou de cima dela e olhou assustada para a água. Estávamos no começo da tarde, então não foi difícil reconhecer uma figura que saía do mar e caminhava em nossa direção, sem medo.

Uma ninfa d'água.

Me levantei, estendendo a mão para ajudar Feya a levantar. Ela encarava a figura que se aproximava com receio. A alta sociedade grã-feérica jamais olharia uma ninfa qualquer com bons olhos.

A ninfa parou a uma distância curta e fez uma reverência.

— Grão-Senhor - cumprimentou. - Senhora.

Feya não esboçou nenhuma reação.

Eu encarei a ninfa e sorri para ela, tentando não deixar transparecer que estava confuso com sua repentina e descarada presença.

— No que posso te ajudar...

— Anette - Ela disse num tom gentil.

— Anette - repeti.

A ninfa estendeu uma pequena concha e eu apertei os olhos quando ela depositou a concha em minha mão, que se abriu ao meu toque revelando um medalhão simples de prata, com um cordão marrom e um olho dourado no centro.

Feya apertou os lábios.

— O que é isso, ninfa? - questionou, cruzando os braços.

— Um presente de todas as ninfas da Corte Estival para o Grão-Senhor, por tudo que tem feito por nós - declarou Anette. - Sabemos que não é a mais rara das joias que vossa senhoria mereça usar, mas...

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⏰ Última atualização: Nov 20, 2021 ⏰

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