Duas semanas se passaram voando. Josh, Any, Heyoon e Bailey passavam horas e horas utilizando as informações que Sabina lhes dera para achar um jeito de derrubar Alejandro. Embora não estivessem satisfeitos por terem sido obrigados a colaborar com ela, eles tiverem que admitir que só conseguiram colocar as mãos em certos tipos de informações graças à Sabina, tudo estava começando a se encaixar.
Josh esfrega os olhos com força, ele precisava aguentar mais um pouco acordado. Ele lia sem parar os milhares de documentos que Sabina o tinha dado. Eles descobriram que Alejandro na verdade era irmão adotivo de Sabina. O pai deles resolveu adotá-lo por não querer que uma mulher assumisse o seu lugar quando ele morresse. Josh quase riu com essa ironia do destino. Sabina parecia extremamente determinada em pegar o que é seu por direito, e, com a ajuda dele, ela vai conseguir mais cedo do que o esperado. O pai deles só adiou o inevitável. Josh é tirado de seus pensamentos quando alguém bate na porta de seu escritório. Ele se endireita na cadeira, largando os papéis sobre a mesa.
— Entre. — A pessoa do outro lado da porta gira a maçaneta e entra na sala. Josh franze a testa, confuso. — Lamar, algum problema?
—Senhor, acabei de receber uma ligação de um dos seguranças do seu pai. — Josh sentiu sua pulsação acelerar. Ele não falava com o pai havia semanas. Não podia chamar a conversa no telefone daquela vez, de briga. Mas Ron não tinha ligado desde então. Pelo menos, não para ele. Josh também não ligou.
— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, tentando transparecer calma, embora seu coração batesse contra seu peito como se em algum momento fosse saltar na mesa.
— Eu não sei como... — Lamar hesitou, olhando para o espaço entre os próprios pés
— Apenas diga! — Ele disse, ríspido. Lamar levantou a cabeça, encarando os olhos frios do chefe.
— Eu sinto muito, senhor. O senhor Beauchamp, ele teve um ataque do coração. Faleceu hoje pela manhã. - Foi como se o chão tivesse se aberto debaixo dos seus pés. Morto. Ele está morto. Sua mente repetia aquelas palavras incessantemente. Ele está morto. Ele está morto. Ele está morto.
— Traga Bailey e as garotas aqui. — Lamar assentiu, obediente e saiu da sala.
A única certeza da vida é que um dia todos se vão. Não existe certo ou errado, nem respostas certas para todas as perguntas. Mesmo sabendo que todos se vão, ainda é difícil dizer adeus. E é ainda mais difícil quando você não teve essa oportunidade. Como uma pessoa pode estar aqui e depois ir embora para sempre no segundo seguinte? Não adianta tentar entender o que não somos capazes de explicar. Ron e Josh não tinham uma relação comum entre pai e filho. No fundo, Josh ficou ressentido por anos com Ron. Ele o deixou quando ele mais precisava do amor, carinho e atenção do pai. Cresceu praticamente sozinho em uma casa onde sempre tinha muita gente, e ao mesmo tempo sempre esteve tão vazia. Ele ficou ressentido, porque ao invés de ter ficado com ele, ele foi embora sem olhar para trás, se apaixonou várias vezes e teve mais filhos. Josh amava os irmãos, claro que amava. Mas quando chegaram, eles eram uma constate lembrança de que o pai o abandonou em um momento difícil, para criar outras famílias. Outra mulher, outro filho. E ele não tinha espaço em nenhuma daquelas famílias.
— Josh? — Ele piscou, surpreso. Quando todos eles tinham chegado ali? — Você está bem? — Sofya perguntou. Ele pigarreou
— O que aconteceu?
— Lamar acabou de dizer que... que recebeu uma ligação... — Não consigo... Não com eles. — Ele... um dos seguranças do pai, ligou. Ele teve um ataque cardíaco e... morreu. — Um silêncio pesado recaiu sobre a sala. Joalin ficou pálida, ela caiu no sofá com as mãos cobrindo o rosto; Sofya e Savannah continuaram estáticas, a ficha ainda não tinha caído; Bailey engoliu em seco, apertando forte a mandíbula e saiu do cômodo sem nem olhar para trás.
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Verde, Azul e Destino
FanfictionO que você faria se tivesse que se casar com alguém que mal conhece ? Noah foi humilhado a vida inteira. Anos de abuso físico e psicológico resultaram em um garoto de personalidade forte e ao mesmo tempo frágil. Uma pessoa que tem medo dos próprios...