Destinado A Te Amar

Capítulo Cinco: Win e seus sentimentos

O sábado parecia andar em câmera lenta, mal dormi, só pensei no meu encontro com Bright, os flertes, o abraço, a promessa de nos ver amanhã. Porém, meu corpo não estava mais aguentando, depois da hora do almoço, pedi ao Mick que ficasse de olho nos três enquanto eu dormia.

Já era de noite quando acordei assustado, tive um pesadelo. Eu devo ter gritado ou feito algum barulho, porque segundos depois, os gêmeos e a Ame, acompanhados no Mick, apareceram no meu quarto.

— Papai! — falam Kavin e Lotte em sincrônica.

Tento sorrir, para aparentar que eles estão bem e eles correm até a cama e sobem nela, para me abraçar. Depois os dois levantam os punhos e dizem que estão prontos para me defender de tudo. Eu simplesmente amo esses dois.

— Tá tudo bem mesmo, tio Win? — pergunta Ame, acanhada, do lado do meu irmão.

Me levanto da cama, seguido pelos gêmeos e paro na frente dela e digo:

— Desculpe se assustei você também, pequena. — falo e toco no seu nariz. —Bem, eu dormi demais, estão prontos para se divertir comigo e deixar o tio Mickey Mouse descansar?

— Até você? — pergunta frustrado.

— Culpa sua, ninguém mandou vir fantasiado assim, no Halloween passado. O apelido colou.

As crianças caem na risada e descemos para o segundo andar, o restinho da noite foi animado, montamos um quebra cabeça enorme e brincamos de pique esconde. Dessa vez, eles não demoram tanto para ir para cama, como na noite anterior.

O tão esperado domingo chegou e eu não parava de olhar para a porta, imaginando como seria ver ele de novo. Como aguentei 15 anos longe, é um mistério para mim agora.

Ele finalmente chegou, mas quem abriu a porta dessa vez, foi o Mick, tive medo de não conseguir me controlar e abraçar ele, na frente das crianças.

— Espero que não se importem, eu trouxe uma pessoa comigo. — diz e percebo de longe, quem está com ele. 

— Tio Dew! — grita Ame. — Papai, você veio mesmo e trouxe o tio Dew também, você é melhor pai do mundo.

— Não, o melhor pai do mundo é o nosso, não é Lotte? — pergunta Kavin à irmã. — Nosso papai que conseguiu trazer seu pai.

— Não, o meu papai que é! — fala Ame e bate o pé.

Acho a cena engraçada e antes de intervir, na discussão, o Dew o faz. Ele diz que os dois pais são incríveis e que em vez de ficar perdendo tempo discutindo, deveríamos estar brincando, na cama elástica, que ele viu quando chegou.

Logo as crianças esquecem e vão com o ele e Mick brincar. Assim que eles saem de cena, Bright, dirige seu olhar para mim pela 1° vez desde que chegou aqui hoje.

— Então… — começa ele.

— Conseguiu compor algo? — pergunto, tentando quebrar o gelo.

— Um pouco, aceitei seu conselho de aproveitar as coisas ao máximo, com quem a gente gosta, a Ame está crescendo rápido demais e vou acabar me arrependendo depois. — diz e sorri fraco. — Desde o divórcio, ela não tem sorrido muito. Nós mudamos e eu sempre fico preso na hora de compor, às vezes, acho que não dou toda a atenção que ela merece.

— Não diga isso, eu mesmo estando presente, sinto que não é o suficiente, é normal. — o conforto. — O importante é tentar.

— Obrigado, Winnie…

— Posso te fazer uma pergunta? 

— Se eu puder responder, sim. — diz Bright, me olhando, parecendo tenso.

— Por que acabamos assim? — pergunto ficando emotivo. — Você e eu, tentamos ser felizes, com outras pessoas, mas não deu certo, não é?

Ele não responde de imediato, apenas abaixa a cabeça e troca o peso do pé. Mas então, ele olhou para mim e sorriu.

— Éramos jovens demais naquela época, não aguentamos as pressões de todos os lados e nem conseguimos lidar com nossos próprios sentimentos. Me dói dizer isso, mais que tudo. Mas foi melhor assim e sabe de uma coisa? Eu mentiria se dissesse que não sou um pouco feliz com essa escolha, eu cresci, quebrei muito a cara no processo, me casei, a Ame escolheu, a mim e o First, como seus pais, consegui um contrato numa gravadora e por aí vai. Você ama seus filhos, não é? Você se imagina sem eles? É sobre isso, Winnie, as nossas escolhas podem mudar tudo.