McKinley

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NOTAS INICIAIS:

Para o capítulo tem uma músiquinha, e ela é o cover da Sabina de Mi Medicina do CNCO (o vídeo das mídias). 

Boa leitura!

***


Krystian e eu estávamos estacionados na frente do McKinley High. Minhas mãos estão suando como nunca, meu coração está em tempo de ter um colapso nervoso.

— Espera, você acha mesmo que eu consigo?

— Eu acho... Acho mesmo!

Descemos do carro e eu cumprimentei um aluno que ia passando.

— Oi? – ele me olhou de cima a baixo e respondeu antes de continuar andando.

— E aí?

— Oh meu Deus! Ele percebeu! Eu vou voltar pra casa agora mesmo! – entrei no carro nervosa e quase gritando. Krys entrou pelo lado do motorista me fazendo sair de novo.

— Não! Parou! Eu não gastei todo esse tempo com você pra isso. Não foi culpa minha, eu fui um bom amigo! Fiz o seu cabelo, sua maquiagem e não foi nada fácil, nada fácil! Agora, por favor, você está bancando uma cagona. Vai, vai, vai!

— Tudo bem...

— Ótimo! Agora deixa eu ouvir a sua voz – eu passei duas semanas treinando uma voz grossa para poder disfarçar.

— Hm... Hm... Ei! E aí? Qual é? – ela estava diferente da minha voz habitual, estava mais rouca que o normal, dando um ar mais masculinizado.

— Beleza, agora dá uma andada – é... isso nós também treinamos. Comecei a andar de um lado para o outro, toda dura – Agora, a escarrada.

— Isso é mesmo necessário?

— Acredite... É sim!

Virei para o lado e escarrei. "Que nojo! Os homens são nojentos." Olhei para Krys quando terminei e ele estava com as mãos juntas como se fizesse uma oração.

— Eu tô orgulhoso! – e me abraçou, mas soltando logo em seguida quando percebeu que foi com entusiasmo demais – Lembre-se que dentro de toda garota existe um garoto... É, isso não soou muito bem, mas você entendeu, né?

— Entendi... – peguei minhas coisas e me afastei dele.

— Ei?!

— Oi?

— Esqueceu disso – jogou a bola oval na minha direção.

— Obrigado.

Entrei no território do McKinley com duas malas maiores que eu. Estava vestindo a farda de lá que consta em uma calça social com terno e gravata azul escuro. Fui andando entre a multidão de veteranos e calouros, a banda da escola vinha logo atrás de mim fazendo barulho, precisei correr para conseguir sair a tempo. Tudo parecia um zoológico e eu era uma pobre turista à procura de um lugar seguro. Achei meu dormitório que ficava do lado sul da escola, mas ainda é no mesmo terreno. Era o dormitório masculino, quarto 203. Esquivei-me de um bumerangue e uma bola de vôlei que sem que eu percebesse vinham em minha direção. Os garotos eram todos largados no chão, meia suja pra um lado e cueca para o outro. Um total desespero pra mim. Não sei onde estava com a cabeça quando fiz isso, mas agora é tarde demais pra mudar de ideia.

— Eu sou um garoto – repetia pra mim mesma – Eu sou um cara gostoso, eu sou um cara gostoso pra caramba! Um gostosão!

Depois de percorrer dois lances de escadas e andar por quatro corredores, achei meu quarto. Entrei a mais de mil e nem me dei conta de que não estava sozinha. Eu só queria sair daquele lugar chamado corredor. Senti-me sendo observada, virei para olhar para os três rapazes que estavam no quarto.

Elα é o Cαrα! - JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora