Lembrança Um - Eu sei o que você fez no verão passado

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DOIS DIAS DEPOIS

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DOIS DIAS DEPOIS

— Não adianta, Victor — falei batendo com força a porta do armário metálico da faculdade. — Eu odeio o meu aniversário.

— Eu sei. — Victor mexeu nos cachos escuros como sempre fazia quando estava chateado com algo. — Mas não pode abrir uma exceção?

Desviei o olhar daqueles olhinhos escuros que tinham o poder de me render. Eu não queria pontuar mais uma vez o desgosto que foi acordar e notar que era primeiro de setembro. O primeiro dia do pior mês de todos, que por ironia do destino era o meu aniversário.

— Não posso, foi mal — afirmei, já que Victor não se ligava. — Sabe o que esse mês significa pra mim.

— E você sabe o que aniversários significam pra mim — rebateu de forma afiada.

— Comemore o seu quando chegar. — Revirei os olhos de modo apático e passei as mãos em meus cabelos loiros com uma certa aflição.

Pensei que Victor protestaria mais uma vez, mas assim que arrisquei fitá-lo percebi que toda a vontade de discutir tinha se esvaído e isso era culpa do cartãozinho do governo que segurava com as mãos trêmulas.

— O que é isso? — perguntei, embora já soubesse. Meu melhor amigo sempre foi transparente em suas emoções e eu era muito bom em lê-las.

— Outro amigo nosso fez a manipulação mental — sussurrou ele de forma triste e me entregou o cartão que quase não tive coragem de ler inteiro.

''Senhor(a) Victor Tramontini,

Gostaríamos de informar que Joey Copton abdicou de todas as memórias homossexuais e pedimos para que você não mencione nada relacionado a isso, caso contrário pagará uma multa no valor de 500.000 podendo sofrer acréscimos.

Atenciosamente,

Governo de Grande Sunshine, Ilha dos Cisnes.''

— Joey — minha voz falhou ao pronunciar o nome dele. — M-M-Mas ele disse que...

— Nunca faria — Victor completou por mim, guardando o cartãozinho de volta no bolso. — É o que todos dizem. O governo sabe ser persistente.

Recuei alguns passos assim que Narciso parou ao lado do meu armário para abrir o seu. A pele escura contrastava com os cabelos curtos que emolduravam seu rosto. Ele parecia puto da vida e não era pra menos, até porque Narciso era o namorado de Joey antes da manipulação mental rolar.

— E aí, cara? — tentei puxar assunto e ele nem sequer me encarou de volta ou demonstrou estar me escutando.

— Recebeu o cartão do governo? — questionou Victor e eu quis lançar um olhar de advertência ao meu amigo sem noção. Sem dúvida aquele não era um assunto do qual Narciso quisesse falar sobre.

Me acorde quando setembro acabar [RETIRADO PARA REVISÃO/ EM BREVE NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora