Lembrança Três - O pior aniversário da história

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Passei por Davi sem alongar muito nosso papo furado e eu estava indo decidido na direção do Gaspar, até perceber que Victor estava me seguindo como um cachorrinho

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Passei por Davi sem alongar muito nosso papo furado e eu estava indo decidido na direção do Gaspar, até perceber que Victor estava me seguindo como um cachorrinho.

— Você pode me esperar no corredor? — Apontei com o queixo para a porta do outro lado do campo de futebol.

— Por quê? — Victor cruzou os braços, ficando desconfiado como já era de se esperar.

— Preciso ter uma conversinha com...? — Pigarreei ainda sem ter a menor ideia da desculpa esfarrapada que eu inventaria dessa vez. — Meu amigo. Isso, vou conversar com o meu amigo! — Nem um trouxa cairia naquilo. Sem dúvida eu devia ter planejado melhor antes de desembuchar daquela maneira tosca.

— Amigo — repetiu Victor sem dar qualquer indício de que sairia do meu caminho. — Me conta a verdade logo. Você tá querendo falar com o seu namoradinho. — Por incrível que pareça, Victor olhou na direção contrária de onde Gaspar estava, o que me deixou um pouco confuso. — Pode falar com o Davi, não precisa se esconder de mim. — Tocou de leve meu ombro e franzi a testa ainda sem conseguir processar aquilo.

— Davi? — Pisquei, incrédulo. — Pera, você acha que aquele mauricinho é meu namorado? — Comecei a rir, aliviado por Victor ter entendido tudo errado.

— E não é? — Foi a vez dele de se mostrar confuso.

— Acredite, eu não teria esse péssimo gosto! — falei bem alto para que o mauricinho escutasse, mas tudo o que o maldito fez foi dar de ombros e se retirar.

Davi parecia muito chateado com alguma coisa antes de vazar, talvez o cérebro dele tenha derretido por decorar aquele bando de abobrinhas do Livro dos Idiotas.

— Então, o que...? — Victor parecia pronto pra arrancar tudo de mim com sua insistência, mas felizmente eu era blindado. O truque era nunca olhar diretamente naqueles olhinhos dele porque era isso que me fazia contar até o que eu não deveria.

— Me espere no corredor. — Fui o empurrando de leve até a porta por onde Davi acabou de sair. — E deixe de ser intrometido. Quando eu tiver que contar, vou contar.

— Não sou intrometido. — Ele fez uma carranca tão feia que tive vontade de rir, mas tudo o que fiz foi abraçá-lo por trás. — Quero que me conte tudo. Conto tudo pra você.

— Eu sei — sussurrei contra o ouvido dele. — Mas meu namoro ainda é um assunto delicado pra mim.

— Certo. — Victor se livrou do meu abraço e me encarou de má vontade. — Vou embora. Eco me chamou pra jantar hoje à noite. — Mordeu o lábio inferior e o rosto ficou vermelho ao falar da namorada. — Mas é seu aniversário, então não sei se é uma boa sair com ela.

— Vou ficar trancado no meu quarto pensando no quanto odeio esse dia — falei com um sorriso forçado para levantar o astral dele por mais que o meu estivesse lá embaixo. — Não vai ser nada divertido. Saia com a sua namorada, juro que vou ficar bem.

Me acorde quando setembro acabar [RETIRADO PARA REVISÃO/ EM BREVE NA AMAZON]Onde histórias criam vida. Descubra agora