A vida de Estela andava normalizada. Seja na escola,nos cursos,consigo mesma,na família, no mundo ou até no restaurante de sua mãe e seu padrasto,onde,trabalha duro para ajudá-los.
Mas tudo começou a se alterar quando Estela resolveu criar um blog...
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"Você é a resposta para todas as minhas orações. Você é uma canção, um sonho, um murmúrio, e não sei como consegui viver sem você durante tanto tempo."
- Querido John
No outro dia, acordei com um susto por conta da claridade que vinha da janela. Alguém havia aberto a cortina só pra me despertar. Eu cheguei em casa ontem e simplesmente capotei na cama, por mim, ainda era de manhãzinha pelo menos. Depois daquela noite, esquisita e constrangedora, se é que pode descrever assim, eu passei o domingo bem escondida dentro de casa maratonando todas as séries que eu não assistia há tempos. Estudei pra algumas matérias, fiz e refiz deveres de filosofia (humanas é um sacooo!!), falei no celular com Julia que relatou por uma hora sobre a garota que ela tinha ficado na fazenda lá de Santa Luzía, depois pratiquei algumas receitas culinárias que eu tinha lido na internet, joguei vídeo-game com o meu irmão Levi, até umas seis da tarde quando ele teve a idéia de ir na brinquedoteca aqui na rua do nosso prédio, ele também chamou a Nat pra ir, não por conta dos livros, e sim porque ela dá em cima de um carinha bibliotecário lá.
Eu nem pensei antes de aceitar o convite. O meu amor por livros é um pouco maluca. Eu sou apaixonada por livros desde que me entendo por gente. Foi amor à primeira página quando o meu pai me presenteou com o livrinho da menina do laço de fita aos meus cinco anos de idade assim que fiz aniversário. Tratou-se de uma descoberta bem grande pra mim, já que eu ainda estava no início da alfabetização e eu nem sabia ler. Mas fiquei tão encantada c0m as ilustrações, cores, as letrinhas, e também por achar a menininha do livro bem parecida comigo. Desde aquele dia eu me peguei viciada e nunca mais parei de ler. Nos dias atuais, eu tenho uma estante em cima da minha cama com ao todo 25 livros. Eu leio e releio eles toda semana. E é tão admirável o poder da escrita, que, um livro continua tendo a mesma emoção e frio na barriga que você teve ao lê-lo pela primeira vez. É uma paixão tão doida, que com a minha lábia, eu acabo influenciando outras pessoas à lerem.
Meus amigos dizem que as vezes eu sou meio frenética com essa paixão toda e que isso vai me tornar uma viciada algum dia. Já o meu pai, que é o responsável por isso tudo, fala que é um amor nada tóxico, que livros estimulam emoções, é uma rota de fuga para esse mundo banal, ativa à arte da criação de algo incrível e também super me anima a escrever para expressar os meus sentimentos...eu penso e falo pra ele que não se trata só de uma aixão, e sim de um algo que em algum dia eu tenho quase certeza absoluta de que vou trabalhar com a escrita. Já tenho em mente sem hesitar de que futuramente eu vou lançar um livro. Pelo menos eu espero...
Eu sempre gosto de ler na brinquedoteca porque como eu já disse, aqui em casa parece um manicômio, daí eu aproveito pra passar pro meu irmãozinho uma certa leitura divertida, e assim eu leio com paz e passo para ele esse universo literário lindo e perfeito. Aí eu fui com ele e Nataly pra lá, eu e Levi voltamos pra casa por volta das oito da noite, li e aluguei: Crônicas de Nárnia e simplesmente amei. Nós jantamos, brinquei um pouco com os gmeos, depois joguei Habbo no computador, tomei um banho, arrumei o meu material e finalmente deitei. E por algum motivo, que eu não sei explicar, eu só consegui cochilar e fiquei revirando a cama a noite inteira, ou seja, não dormi direito e fui pra escola parecendo uma múmia. As minhas três primeiras aulas eram de história, eu havia chegado na sala, sentado na minha carteira e como eu não tinha dormido de noite direito, apoiei a minha cabeça na minha mão e dormi por uns dez minutos. Até que senti um cutuco na cintura.
