Caminho desconhecido. (Deidara Hot)

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Não tinha conseguido fechar os olhos em nenhum momento aquela noite, mas dessa vez não fora como as outras, em que eu não dormia por ter de estudar para alguma prova do meu curso. Não, eu tinha ficado acordada, sentada na cama encarando o pequeno cartão prateado que eu havia recebido no dia anterior.

Estava reflexiva sobre aquela proposta, eu pensava em todos os prós e contras de se trabalhar em um clube como aquele. Ainda mais que eu nem sabia qual era o tipo de vaga que estava disponível. Se fosse bartender, seria muito fácil de lidar, eu apenas teria de preparar bebidas para os clientes, não precisaria de muito contato e nem ao menos me expor, apesar de que nesses tipos de lugares, todas as mulheres que trabalhavam lá, usavam roupas vulgares, o que deveria atrair olhares, cantadas e até mesmo toques desnecessários. Strippers não era muito diferente, são garotas dançando e tirando a roupa para vários velhos babões e tarados, que jogavam dinheiro nelas e provavelmente se aproveitavam de alguma oportunidade pra passar a mão. Mas prostitutas deveriam ser o pior de todos, ter de transar com alguém que você não conhece, um homem nojento ou até mesmo que não vai te tratar bem, vai te usar como um brinquedo e depois jogar dinheiro na sua cara.

Todas as opções pareciam ser humilhantes demais pra mim.

Mas, ao mesmo tempo que eu encarava o cartão prateado na minha mão, também encarava a carta de despejo aberta bem ao meu lado sobre a cama. Se eu não decidisse logo, talvez tivesse de voltar para a casa dos meus pais. E isso seria um completo pesadelo.

Sem sonhos.

Sem expectativa de vida alta.

Não que hotelaria não seja rentável, da bastante dinheiro. Mas não é algo que eu queira para a minha vida, não gosto, nem ao menos me sinto confortável naquela cidade. Nasci e cresci em Hakone, mas fora em Konoha que eu me senti bem pela primeira vez, que me senti em casa, como se eu pertencesse a essa cidade de certa forma.

O som do alarme me fez desviar os olhos da carta, para pegar meu celular sobre o criado mudo ao lado e desliga - lo. Essa era a hora que eu deveria estar acordando, não completamente desperta sem ter fechado os olhos nem por alguns minutos.

Levantei da cama contra gosto e segui direto para o banheiro, um banho me ajudaria a lidar com o dia de hoje. Talvez, se eu tentasse procurar emprego mais uma vez, pudesse ter alguma sorte.

Mas onde eu iria? Considerando que já tinha batido em todos os estabelecimentos. Fiz até mesmo uma propaganda em algumas redes sociais, me oferecendo para ser babá ou empregada doméstica, mas ninguém havia aparecido ainda.

Retirei meu pijama e entrei no box, abri o registro e a única coisa que eu consegui fazer, foi gritar, enquanto corria pro outro canto, fugindo da água gelada que bateu em mim, tão fria que parecia ter queimado minha pele.

Pisquei algumas vezes confusa, encarando a água cair, sem ouvir o barulho da resistência elétrica do chuveiro. Saí do box e procurei pelo interruptor do banheiro, a luz não estava acendendo. Ótimo, tudo o que faltava pra completar a minha desgraça, minha energia ter sido cortada.

Respirei bem fundo tentando não surtar com todas aquelas desgraças acontecendo ao meu redor e novamente voltei para dentro do box, tendo de tomar o famoso banho de gato, porque estava frio demais pra passar muito tempo embaixo daquela água, sem correr o risco de pegar uma hipotermia.

Assim que sai do banho, corri pro quarto, pegando uma roupa quentinha para vestir, ainda com o mesmo conjunto de saia rodada e camiseta de botões, mas acrescentei uma legging por baixo da saia e o moletom que tinha o símbolo da universidade gravado nele. Calcei as sandálias de salto e cuidei em desembaralhar meu cabelo, que parecia um ninho de passarinho acima da minha cabeça. Não tinha muito o que fazer, passei um perfume e peguei minha mochila sobre a cadeira da mesa de leitura.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2021 ⏰

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