Capítulo 1

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"Você já se perguntou por que nada acontece como você quer? "

Eu me pergunto todo o santo dia. Por que nada do que planejei deu certo. E as únicas respostas que recebo, é que ainda não é pra ser. Mas quando vai ser? Já vai fazer 3 anos que me formei em literatura. E ainda não consegui arrumar emprego na minha área. Continuo trabalhando na mesma empresa que fiz meu estágio, mas eles não me dão a oportunidade de fazer o que mais gosto. Que é escrever. Só fico servindo café e buscando comida. Fala sério, não aguento mais isso.

Mas hoje pode ser o dia. Finalmente vou fazer uma entrevista em uma editora. É o que eu realmente quero fazer.

Pra não ter erro, cheguei 30 minutos mais cedo. Quando escuto meu nome, respiro fundo e entro na sala. Quarenta minutos depois, saiu da sala radiante. Não me deram nenhuma certeza, mas tudo indica que agora vai.

Quando chego em casa vou direto pro meu quarto ligar pra minha melhor amiga. Ela atende no primeiro toque.

   - Ayila como foi? Passou?

   - Não me deram certeza, mas acho que sim. me deram até as 16h pra dar um retorno.

   - Com toda certeza você vai conseguir. Não sei como você demorou tanto tempo pra correr atrás dos seus sonhos.

Ela sempre me incentivou. E está tão feliz quanto eu.

   - Tive uma ideia!

Com medo de perguntar o que era, pois a maioria das ideias dela nos mete em confusão. Fico em silencio. O que não a abala.

   - Eu consegui Vips para uma balada TOP. Vamos?

   - Brina vamos combinar uma coisa.

   - O que?

   - Você vem até aqui e se eu realmente conseguir o emprego, vamos pra essa balada que você está falando.

   - Ayila, você tem que ser mais positiva. Já vou levar minha roupa.

16h30 e nada deles me ligarem. Eu já estava que nem idiota sentada esperando e a cada toque eu pulava do sofá. O olhar da Brina era de pena. Isso não poderia estar acontecendo.

   - Não me olhe assim, eles vão me ligar. Eu sei que vão.

Ela não responde nada. E antes que eu me sento o telefone toca e é eles.

   - Alô.

   - Senhorita Ayila Rodrigues?

Eu começo a sorrir. Anunciando para a Brina que são eles. Ela começa a pular toda feliz.

   - Sim, sou eu.

   - Aqui é da editora, estou ligando pra dizer que a vaga de editora foi preenchida...

Sabe aquele momento que tudo fica cinza? Que tudo perde a cor! Foi assim que fiquei quando ouvi meus sonhos serem jogados fora novamente. Brina notou minha decepção e de novo me olhou com aquela cara de sinto muito.

   - Ayila?

Eu achei que a moça tinha desligado.

   - Desculpe, estou aqui.

   - Sinto muito. Mas não desista, você foi muito bem e tem um ótimo currículo.

Eu agradeci e ela desligou. Sentei no sofá como se eu pudesse apenas esquecer de tudo. Mas eu tinha esquecido que a Brina ainda estava ali.

Ulkan - Em busca da VerdadeWhere stories live. Discover now