Capítulo 13

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Observo a mulher maluca deitada no sofá do meu escritório enquanto lê

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Observo a mulher maluca deitada no sofá do meu escritório enquanto lê. É engraçado ver a Eda lendo, ela faz caras e bocas, se abana, depois seus olhos lacrimejam e ela murmúria coisas sem nexo, e então respira fundo e eu não sei dizer se é por emoção ou raiva. Ela deixa todos os sentimentos transparecerem, se envolve nas palavras e literalmente se joga na história. Às vezes eu tenho a impressão de que ela acha que está vivendo naquele mundo, que conhece cada personagem e se relaciona com eles.

Apesar de saber que a sua seriedade também se dá a concentração que o trabalho dela exige, não me passou despercebido quando ela murchou tristonha ao ser ignorada pelo Efe.

Naquele momento eu quis socar a cara dele por ignorá-la, não sei definir o porquê da sua recusa em relação a Eda e o meu noivado, mas também não ligo seja lá qual for o seu motivo, só acho que ele não deveria tratá-la mal, afinal ele nem a conhece.

Na hora que ele se aproximou de mim eu percebi ela se movendo em silêncio até o sofá, como uma menininha que não conseguiu o que queria e o meu coração se apertou ao ver o pequeno bico que se formou em seus lábios. Ela ficou quietinha lá no canto e mesmo eu perguntando como ela estava, a sua reposta era "está tudo bem".

Acontece que não estava, eu me vi cheio de saudades da Eda provocativa e que fala sem parar, senti falta do seu sorriso até para o vento, mas que iluminava tudo ao seu redor e me senti incomodado ao ver que não tinha nada daquilo. Entreguei chocolates e observei ela devorar cada barra com uma ansiedade aparente e não soube definir se era por ela ou pelo livro.

Também percebi que às vezes ela não parece ela. Sua felicidade é um pouco... estranha? Não tenho nada contra as pessoas felizes, mas a Eda parece usar essa arma para esconder algo.

Ela usa a felicidade e humor para fugir das minhas possíveis perguntas, ela sabe como me distrair ao dizer aquelas bobeiras todas, mas hoje, com o comportamento dela em relação ao Efe eu consegui pensar com mais clareza e ter a certeza de que a Eda esconde algo muito sério.

— Filho da puta!!! — Exclama brava na hora que o Efe irrompe pela sala e eu fecho os olhos sabendo que ele entendeu errado.

"Olha a porra da boca Eda"

Penso olhando para ela que me olha culpada e da de ombros.

— Me xingou?

— Acho que filho da puta seria pouco. — Murmúria alto o suficiente para que possamos escutar e eu fico dividido entre rir da cara do Efe ou repreendê-la pela falta de filtro. — Não moço, eu estava lendo, o personagem me estressou e eu xinguei justamente no momento em que você entrou. — Responde com sinceridade e fica pensativa antes de soltar: — Aliás, você não sabe bater na porta? Está sempre entrando sem nem pedir licença.

— Eu... — Ele fica sem graça diante do questionamento. — Eu sou o dono da empresa e...

— Você pode ser dono da cidade querido, mas é uma puta falta de respeito e educação invadir o espaço pessoal de alguém, seja ele seu funcionário, amigo ou conhecido. — Acho cômico essa mulher colocando moral em tudo e em todos sempre que tem oportunidade.

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