em outro universo {fanfic lawliet}

capítulo 16

As noites que estava passando com ryuzaki não eram nem um pouco fáceis. Íamos dormir geralmente uma da madrugada, bem, eu ia dormir. Ryuzaki ficava sentado na beirada da cama naquela posição esquisita de sempre e mechendo em um notebook até sei lá que horas, aquele garoto simplesmente não mudava de posição.

Um dia peguei ele dormindo na mesma posição que ele fica o dia inteiro, foi muito esquisito

E não posso esquecer de Ryuk que ficou a madrugada inteira fazendo sons estranhos causados pela abstinência de maçãs. Com esses sons eu já não me importo tanto, pode parecer maldoso mas eu já me acostumei com o som do sofrimento dele.

Na maioria das noites eu tinha pesadelos que sempre insistem em ficar em meus sonhos, fazia um tempo que não os tinha, mas depois do que light me falou ontem eles voltaram dessa vez mais aterrorizantes e realistas do que antes

Os meus pesadelos haviam mudado um pouco, agora, quando eu entrava dentro da maldita casa isolada no meio do nada eu encontrava Light sentado no sofá velho e sujo apenas esperando por mim enquanto o meu sequestrador observava tudo encostado no batente da porta.

Light fica apenas me olhando pelo que parecem ser minutos e logo começa a anotar algo no Death Note e simplesmente ar começava a me faltar, começo a cair no chão agonizando de dor enquanto Light observava tudo sorrindo divertido. Aquele maldito sorriso assombra meus dias e noites.

Mas no final, eu acordada assustada ainda conseguindo trazer ar para meus pulmões

- foi o segundo essa semana - comenta ryuzaki. O garoto começa a se esticar para pegar uma xícara de chá que fica ao seu lado da cabeceira

L percebeu a frequência dos pesadelos então toda vez antes de irmos dormir ele pede para watari deixar uma xícara de chá de camomila sem açúcar no quarto. Ryuzaki ficou indignado pelo fato de eu preferir chá sem açúcar mas respeitou mesmo assim

A verdade é que o chá não adiantam nada, não fazem com que eu me acalme nem que eu durma mais rápido. mas é tão fofo ver ele se preocupando comigo que eu nunca terei coragem de dizer isso a ele

- só dois? Isso é um número muito bom - comento ironicamente

Talvez o que melhore de verdade é a companhia dele, quando tinha pesadelos e estava sozinha sempre demorava um tempo para perceber que eu não estava sobre perigo, mas agora, quando vejo seu rosto percebo que não tem nada do que me preocupar

- seria se hoje não fosse segunda-feira - ryuzaki coloca a mão na xícara para ver se não estava muito quente, quando percebe que não estava ele entrega em minhas mãos

Dou os ombros

- isso é apenas um detalhe.

Ele começa a me olhar sério

- não é brincadeira, Elisabeth. Você deveria procurar ajuda.

As vezes eu imagino como seria se eu fosse para terapia e tivesse que explicar as situações que vivi e as que estou vivendo.

Como vou explicar a terapeuta que vejo Shinigamis com muita frequência, que meu irmão mata pessoas usando um caderno mágico e também tem o fato de eu estar vendo o dia exato da morte da minha psicóloga. Seria uma situação bem interessante, o ruim é que eu provavelmente ia parar no hospício ou ia acabar endoidando a pobre psicóloga também.

- quem sabe um dia - dou os ombros. Olho para o relógio da cabeceira e percebo que são 3:47 da madrugada - o que você fica fazendo acordado tão tarde? Não vai aparecer uma nova pista sobre kira agora.

As vezes me pergunto como esse garoto conseguiu passar dos 20, seus hábitos cotidianos não são dos melhores

- vou ser honesto, acho que seu irmão continua sendo Kira - eu com certeza já esperava que ryuzaki pensasse isso