Capítulo 1 - Raziel e Evangeline

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Em uma tarde de sexta-feira, Raziel, um garoto de sete anos, assistia a um desenho de luta e brincava no chão de seu quarto com seis bonecos repetindo os ataques de seu programa.

O menino nunca demonstrara agressividade, porém era fascinado em brincadeiras bem ativas que o faziam correr, pular e movimentar bem seu corpo, algo que, para seus pais era bom, pois o cansava mentalmente para que ele pudesse dormir bem e mantinha o físico esbelto dele, o que lhe dava a possibilidade de ter um vasto e recheado cardápio, melhorando assim sua saúde, porém, mesmo não sendo agressivo, após o início de suas aulas seus pais foram chamados quatro vezes por ele ter machucado alguns de seus colegas por querer imitar os movimentos de luta com outras crianças, mas sem a intenção de realmente machucá-las e sim por apenas não ter noção da força que deveria utilizar, e também inúmeras vezes por ele machucar a si próprio por correr sem prestar atenção e cair a todo momento.

Após algumas conversas, suas brincadeiras de combate com outras pessoas cessaram, passando a ser somente com seus brinquedos, mas por mais que tentassem convencê-lo a não correr tanto ou a tomar cuidado ele não conseguia se conter e permanecia se machucando com frequência, algo que preocupava seus pais.

Jonathan, pai de Raziel, trabalhava como economista em uma empresa pequena na cidade vizinha e devido à sua área de atuação conseguia adquirir produtos e serviços bons sem gastar muito, o que lhe permitia acumular uma boa quantia em seu banco para dar um bom futuro ao seu filho, e Jade, mãe do menino, trabalhava apenas em casa, cuidando do menino e lidando com os afazeres domésticos, porém Raziel ficava tão entretido em suas brincadeiras e programas que ela só se prontificava quando ele se machucava ou sentia fome e vez ou outra, quando tinham poucas tarefas, ela se juntava a ele para brincar, seja dentro ou fora de casa.

Por ser final de semana e já ter voltado de sua aula, que era no horário da manhã, Raziel estava se sentindo incomodado de ficar dentro de sua casa, pois o sol estava tão radiante que ele teve a necessidade de ir para fora, mas a calçada em frente à sua casa não era suficiente para ele aproveitar aquele dia tão chamativo e correndo até a cozinha ele grita:

— Mamãe! Mamãe, vamos no parquinho?

— Como fala?

— Por favor.

Como Jade acabara de secar e guardar sua última louça e haviam poucas roupas a serem lavadas e sua casa estava ajeitada, ela não viu motivos de recusar e secando suas mãos em um pano de prato lhe responde.

— Deixa só a mamãe trocar de roupa que a gente vai.

O menino gritou de felicidade correndo até seu quarto para guardar seus bonecos e esperar sua mãe lhe chamar para poderem sair.

Após cerca de vinte e cinco minutos ela aparece na porta com uma roupa simples, mas apresentável para não ser malvista e Raziel, logo que a vê, desliga a televisão e desce da cama.

— Sem brincadeiras de lutinha, hein.

— Tá bom.

E dando a mão para seu filho, ambos se retiram, Jade tranca sua porta e juntos eles se dirigem para o parquinho.

O local ficava apenas há quinze minutos de distância a pé e Raziel permaneceu segurando a mão de sua mãe até que visualizou os brinquedos e a soltou para correr em direção até eles.

Haviam apenas três balanços pendurados em uma barra de metal, onde já haviam dois meninos sentados sendo empurrados, um por uma garota adolescente e o outro por um homem adulto que conversavam entre si, uma gangorra vazia, um escorregador com apenas três crianças brincando e um carrossel, também vazio, todos dentro de uma enorme caixa de areia onde algumas crianças levavam baldes e até água para fazerem pequenas construções.

A Paz PrometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora