sem dor - larry stylinson.

1

"Louis, tem cuidado."

Estas são as palavras que ele há ouvido durante toda a sua vida. Principalmente, vindas da sua mãe.

Louis acha que é lógico que ela diga isso, mas é entediante; irritante, se quisermos dizer assim.

Claro que ele vai ter cuidado. Ele não quer morrer. O que, no caso dele, é uma coisa muito fácil de acontecer. Perda de sangue, hemorragia interna e fome são apenas algumas das maneiras pelas quais isso poderia acontecer.

Louis não sentia os cortes, os ossos partidos ou as dores no estômago que pediam por comida, como qualquer outra pessoa sentia. Na verdade, ele não sentia nada.

Talvez as pessoas possam pensar nisso – de não sentir dor - como uma bênção, mas Louis jura por tudo que é uma maldição. Ele não pode jogar futebol, não pode fazer nada arriscado, por medo de não chegar ao médico a tempo.

Oh, Louis também é insensível à temperatura. Se estiver muito quente, ele ainda vai sentir-se como se estivesse abaixo de zero. Este é só mais um problema a acrescentar a enorme lista do Louis. Surpresa, tu estás com hipotermia!

De qualquer forma, Louis está atualmente na sua viagem diária à clínica, só para ter a certeza de que enquanto ele esteve sentado em casa o dia todo, ele não rebentou um vaso sanguíneo ou algo do género.

Quando ele entra na clínica, uma enfermeira reconhece-o de imediato leva-o ao seu gabinete do costume, onde o Dr. André está a sua espera.

"Como te estás a sentir hoje, Louis?" ele pergunta, como se estivesse interessado.

Ele pergunta a mesma coisa todos os dias. Qualquer um pensaria que, depois de se encontrar com o Louis a toda a hora, ele pararia de perguntar como é que ele se sente. Não é doloroso, obviamente. Quase nada, na verdade

"Estou bem ", Louis responde. Geralmente é como ele responde, pois é a única forma que ele encontra para responder aquela pergunta.

"Ok, bem, vamos colocar-te no raio-x, então preciso de te dizer algo importante", afirma o Dr. André.

Vários pensamentos passam pela cabeça de Louis, como pensar que algo poderia estar errado com ele; algo está mau e não pode melhorar. Basicamente, o médico deixou-o muito, muito ansioso e com medo do seu bem-estar.

Depois da radiografia - nada há de errado com ele, graças a Deus - o Dr. André senta-se em frente a Louis e junta as mãos.

"Então, Louis, vou voltar para a Espanha", afirma e o coração de Louis quase que lhe salta da boca pra fora.

"Oh," Louis responde. Ele está aliviado por não ter nenhum problema crônico - mais do que já tem - mas também está perturbado porque o médico que ele teve durante anos se vai embora. "isso é ... bom."

"Louis", insiste o médico severamente, "isto é, pela minha família. Adorava ficar aqui! Mas tenho de ir para casa."

Seu leve sotaque espanhol é realmente notório quando o Louis se concentra nele. Ele habituou-se então já nem percebe quando ele está lá.

"Ok." A resposta de Louis pareceu desanimada.

"Estás a contratar um novo médico, Dr. Francisco." Os olhos de Louis se arregalam. Ele pensa em como Francisco soa sugestivo. "Ele é um bom homem, eu conheci-o.

"Ok."

Na verdade, Louis ainda está a tentar compreender o seu conhecimento recém-adquirido. Ele não gosta muito de mudanças e esse é um grande problema. Ele habituou-se com a rotina de ir à clinica e ver o Dr. André para o seu check up diário.