Contramão

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Passei na tua rua
Olhei da tua janela
E não vi a tua bela

O motivo da tua poesia
A tua alegria
A deusa que te eleva nos movimentos cavalgantes que fazem todos os amantes.

Me encostei na tua parede
Olhei pela cortina
Vi tua rima não vivida
Pela minha tão infinda
Vi a tua solidão cristalizando o teu peito e te tornando num sujeito que se perde no que diz, que não sabe o quanto eu quis ser a iluminação que te guia até ao porto dentro do meu coração.

Mas voltei na contramão e me despedi  da ilusão.

Fui deixando na tua sala a minh’alma acriançada, parada como uma estátua fui me tornando tão altiva e reparando nos teus passos adornados de vagareza que tornaram a minha certeza nas incertezas que eu matei das cortinas que eu fechei quando enfim te abracei e nesse abraço conjuguei-te nos verbos que vivem vagueando entre o céu e o inferno dessa minha insensatez.

Renata Farias

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