Primeiros Passos

214 10 2
                                    

LANDO NORRIS – Paddock do Circuito de Istambul:

Eu estava indo em direção a garagem da McLaren para me preparar para o FP1. Iria ser um final de semana cansativo, e ainda por cima trabalhoso. O pessoal disse que a pista foi re-asfaltada e isso pode ser algo ruim. Ruim, porque quando o asfalto termina de ser colocado, ele não está completamente pronto para uma corrida. Ele precisa sofrer outros tipos de preparação. A pista então, vai estar um sabão.

Quando eu estava me encaminhado para o box, eu vi uma cena que me deixou curioso: Um garoto estava sentado num banco, abraçando as pernas e pelo o que aparentava, ele estava chorando. Vale ressaltar que ele estava com o uniforme da Red Bull, e com o capuz sobre a cabeça. Quando eu cheguei perto eu perguntei: - "Oi. Tá tudo bem?" – Ele me olhou, e quando fez isso, eu vi um fantasma: era o Alex!

- "Alex?!" – Ele me olhou assustado e disse: - "Lando? O que faz aqui?" – "Como assim, 'o que eu faço aqui?', eu trabalho aqui!" – Ele continuou me olhando e quando uma pequena lágrima escapou de seu olho esquerdo, ele rapidamente limpou e eu disse, sentando no banco: - "Tava chorando, Ally?" – Ele continuou abraçado as pernas e assentiu com a cabeça. Então, eu disse: - "Mas porque, amigão?" – Ele limpou as lágrimas rapidamente, e disse com uma voz fraquinha e frágil: - "Nada... Só um... Pesadelo que eu tive essa noite. Mas, fica tranquilo, eu vou ficar bem." – Eu conheço muito bem o Alex. Eu sabia que ele estava mentindo. Eu o conheço como a pista de Silverstone. Então, eu perguntei: - "Alex, tem certeza? Você não tem estado normal nas últimas corridas e... Você também tem estado meio... Fraco, sei lá." – Ele me olhou como quem dizia: "Eu preciso muito de ajuda!" Mas, na verdade, ele disse: - "É impressão sua, Lando. Eu tô bem." – Então, eu disse: - "Tá certo, se você não quer dizer, mas saiba que se precisar de algo, eu sempre estou aqui, tá?" – "Tá certo. Obrigado, Lando."

Eu saí dali e continuei a minha caminhada em direção a garagem da McLaren. Eu estou muito preocupado com o Alex. Desde a corrida na Toscana ele não vem rendendo bem na pista, tem se isolado, não fala direito nem com a equipe, só anda de comida de manga longa, também nunca anda de bermudas... Não que isso seja algo muito grave, mas parece que ele quer esconder algo de alguém, e isso preocupa demais. Tem vezes que eu não consigo dormir só pensando no que ele passa dentro daquela maldita equipe. Me dá muita pena de saber que um menino tão simpático e boa pessoa passa por algo tão ruim em um trabalho que é o trabalho dos sonhos dele. Mas, se ele não quer ajuda, por enquanto, quem sou eu para força-lo a me dizer o que ele passa? 

GEORGE RUSSELL – Domingo no fim da corrida:

Eu tinha vindo de um péssimo final de semana em Imola. Eu adorei de paixão aquele circuito, mas infelizmente eu agi de forma estúpida ao aquecer os pneus e acabei batendo sozinho. Eu chorei a noite inteira no hotel em Bolonha, mas, aquilo passou, mesmo comigo perdendo um valiosíssimo ponto para a equipe. Mas mesmo na Turquia as coisas não melhoraram muito.

- "Ok, George, corrida muito difícil hoje, mas você fez um ótimo trabalho, dentro do possível, amigão." – Eu estava de certa forma chateado por aquele pesadelo de corrida. O meu engenheiro tinha dito que o Hamilton tinha sido campeão, e portanto, tinha empatado com o Michael Schumacher no número de títulos da FORMULA 1. Eu saí do carro, e quando eu tirei o capacete, cumprimentei o Hamilton e disse à ele: - "Parabéns por tudo o que você faz por esse esporte, cara!" – "Obrigado, George! Você pode ser o próximo!" – Eu me senti muito lisonjeado por aquela espécie de "elogio" que eu ganhei pelo maior campeão mundial de FORMULA 1 da história.

Alguns minutos depois, eu cheguei no box, e vi a Jessie com o Logan no colo. – "Oi, George!" – Ela disse de forma simpática. – "Oi, Jessie! Como vai o meu pequeno?" – "Hoje ele tá meio chato. Não sei porque." – Eu o peguei no colo, e fazendo carinho nele, eu disse: - "É porque ele nem viu o papai direito hoje, não é, meu filho?!" – Ele deu uma gargalhada, e eu tentei fazer algo que eu achei que já deveria ter feito algumas semanas atrás. O Logan vinha engatinhando nas últimas semanas, sentando sozinho, e pelo o que a minha mãe e o Google dizem, é nessa fase que o bebê pode aprender a andar. Então, eu pensei em tentar fazê-lo aprender a andar. Eu coloquei ele devagar no chão, e a Jessie me perguntou: - "O que vai fazer?" – "Ensiná-lo algo básico." – Eu coloquei ele de pé, e fui andando com ele bem devagar até a porta da garagem, à frente do carro. Em todo o caminho ele deu alguns passos desajeitados, mas ele já estava andando mais rápido do que eu achava.

George Russell - "Com Amor, George"Onde histórias criam vida. Descubra agora