George Russell - "Com Amor, George"

"Família em Primeiro Lugar... Sempre!"

GEORGE RUSSELL – Circuito de Sakhir, Bahrein:

Tinha algo diferente no ar hoje. Acho que é pelo fato que estamos no fim de novembro e ainda temos três corridas para o fim da temporada. Não é normal uma corrida de Formula 1 no Bahrein no final do ano. Em Abu Dhabi, é normal, mas não no Bahrein. Eu estava no grid me aprontando para a largada do Grande Prêmio do Bahrein. Eu entrei no carro, e como sempre, o Logan estava nos boxes e a Jessie estava cuidando dele. Quando eu entrei no carro, eu vi o Grosjean na minha frente, e ele iria largar logo a minha frente. Nos últimos dias, eu vinha conversando um pouco com ele. Ele tinha se achegado à mim de uma forma diferente. E que pessoa excepcional! Eu nunca tinha parado para conversar com ele, e com o Romain só se fala besteira, mas de uma forma sadia.

Eu liguei o carro, e fiquei esperando pela volta de apresentação começar. Quando o sinal verde ligou, eu esperei até o carro a minha frente sair, e fui seguindo-o. Eu não esperava muito daquela corrida, principalmente pelo fato de que essa não é a melhor das pistas para o nosso carro. Eu até consegui levar o carro para uma posição bem mais ou menos, mas isso não adiantou muito. Iriamos largar com os pneus médios. Mas, o James me informou pelo rádio que o Grosjean iria largar com os duros, e mais alguns outros iriam largar com os médios. O Grosjean provavelmente iria se dar melhor na estratégia, mas era só uma previsão, até porque, esses pneus Pirelli são mais imprevisíveis do que bêbado dirigindo um FORMULA 1 no videogame.

Eu cheguei no meu posicionamento no grid, e o Nicky seria o último a se alinhar. O assistente de grid passou no fundo com a bandeira verde, e as luzes então, começaram a se acender. Tudo estava na mais perfeita ordem. Eu engatei o carro, e segurei a embreagem esquerda no volante. As luzes se apagaram, e então, eu as soltei.

David Croft: As luzes se apagam, e lá vamos nós! Hamilton larga bem, Verstappen também largando bem...

Eu não tinha saído muito bem, e eu perdi uma posição. Ou seja, de 18º eu fui para 19º. Eu fui em direção a curva 1, e quando cruzei a placa de 150 metros, eu freei, e contornei a curva. O carro saiu um pouco de traseira, e eu corrigi, mas aquilo foi suficiente para o Nicholas me passar. Na minha frente, eu via seis carros, tirando o do Nicholas. Raikkonen, que estava saindo da pista, Sainz, que estava ao lado do Vettel, e ao lado direito deles, Magnussen. O Grosjean estava ao lado do Kvyat, mas havia uma distância maior entre os dois. De uma hora para outra, o Grosjean virou rápido para a direita, no que na minha cabeça, parecia ser para tentar colocar do lado do Magnussen. Mas, o Romain e o Kvyat se tocaram. Alguns metros depois, quando eu saí da quatro, eu vi no meu painel um anúncio no estilo pop-up que eu já estava ficando acostumado. Dizia: RED FLAG. Bandeira vermelha. Eu não entendi o que aconteceu.

- "Red Flag, George! Red Flag! Venha para os boxes, mantenha a posição, e quando parar nos pits, deixe um espaço de meio carro para o carro da frente." – "Aconteceu alguma coisa?" – Foi nesse momento que eu passei na entrada da curva 9. E eu vi fogo no horizonte. Aquilo me deu um frio na barriga. – "Parece que o Grosjean bateu forte na saída da três." – "Ele já saiu do carro?" – "Não temos essa informação ainda, George." – Aquilo me deixou mais preocupado ainda. Além de pensar no Romain, me veio medo na minha cabeça e também o Logan. Alguns momentos depois, eu disse ao James: - "Eu tô com medo, James. Eu quero ver o Logan. O Romain já saiu do carro?" – "Sem informação ainda, George."

CHARLES LECLERC – Logo após o acidente:

Eu tive a visão mais aterrorizante da minha vida. Pelo o meu espelho direito eu vi uma bola de fogo muito alta e grande. Então, eu fui no rádio e disse: - "P****! Esse foi grande! M****! Me diga que ele está bem Xavi!" – O Xavier me disse pelo rádio: - "Não sabemos ainda Charles. Traga o carro para os boxes, e deixe um espaço para o carro da frente." – Quando eu entrei na curva nove, eu vi que o fogo persistia, e continuei com aquele aperto enorme no coração. O meu coração apertou muito mais quando o Xavier me disse: - "Foi o Grosjean, Charles." – Não! Esse maldito esporte já levou o meu Jules, e o meu Anthoine, mas o Romain não pode ir! Ele tem família e filhos! Esse esporte maldito não pode levar mais um dos membros da minha família. Eu comecei a chorar levemente e baixinho debaixo do capacete. O tempo passava muito devagar.