Único - o feitiço vira contra o feiticeiro

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O dormitório da 1-A repousava sobre seu silêncio soberano. Tudo parecia estar em seus conformes, pois era hora do almoço e os alunos comiam suas respectivas marmitas. Bem, todos, exceto...

— Mas cadê a porra do meu bife? — Bakugou bateu a porta da geladeira com força. Olhou para todos os lados, mas ninguém dava sinal algum de culpa. — Tomar no cu, irmão, todo dia essa mesma merda. Vou pegar o chifrudo que anda comendo minha marmita, e…

— De novo o caso da marmita, Kacchan? — Izuku indagou, rindo. Bebericou o café quente. 

— Caso nada. Tem algum filho de uma puta comendo as minhas coisas, e pode ter certeza que eu vou descobrir quem é. — parou de esbravejar com as paredes. Katsuki permaneceu com um semblante irritado mesmo enquanto cogitava alguma coisa. — Mas e se…

Em questão de segundos, Bakugou marchou pisando duro até a mesa onde estavam Kaminari, Sero e Kirishima.

Midoriya soltou um longo e audível suspiro. Não que Katsuki não arrumasse briga todos os dias, mas fazer isso por comida? Certamente essa era a promeira vez.

— Quero saber qual dos três cus de afinar piroca aqui pegou meu bife apimentado? — jogou a marmita sobre a mesa. Os garotos se entreolharam. 

— Não peguei nada. Além do mais, eu nem posso comer bife com pimenta, me dá caganeira. — Kaminari deu de ombros. Riu quando olhou para a marmita. Feijão por baixo e o arroz por cima: bem no meio a marca do bife desaparecido. — Pegaram o bife do Bakugou!

— Vai rir na casa do caralho, palhaço! — ia matá-lo, mas Izuku o segurou. Olhou para Kirishima. — Foi esse cabelo de merda! 

— Quê?! Por que eu?! — o semblante de Kirishima beirou a ofensa e, de fato, estava ofendido. 

— Você é o que mais come carne aqui. Com certeza viu a cara ótima que meu bife tinha então socou nesse saco de bosta ambulante que você chama de corpo!

— O indivíduo às vezes está louco na droga…

— Deku, não me segura não, porque hoje eu cometo um crime…

— Dá para você parar de acusar os outros assim? Você nem sabe se foram eles! — Izuku, que era o mais certo dali, murmurou com uma cara nada amigável. Bakugou fez um bico gigantesco nos lábios.

— Você deveria parar de culpar qualquer um, Katsuki. Você tem que lembrar que daqui, os que menos comem somos nós… — começou Kaminari. Izuku na hora entendeu.

— Você quer dizer que…

— Queria falar nada não, mas quem tem mania de roubar comida é gordo.

— Sero! — Midoriya olhou para ele, totalmente incrédulo.

Kirishima soltou uma gargalhada alta e esganiçada, mas se calou assim que recebeu um olhar duro e cortante de Izuku.

Eijirou pigarreou, dizendo em um tom de reprovação:

— Olha o cara...

— Vai tomar no seu cu! — Bakugou gritou, assustando todo mundo (embora eles devessem estar acostumados a tanta balbúrdia) mas, de fato, ninguém entendia aquela pilha de sentimentos. Ele segurou Deku pelo braço, então ambos se sentaram na mesa. — Eu acho que foi o Sato. 

— Ah, não… — o sensato, vulgo Izuku, bateu a mão na testa.

Ele sabia como aqueles quatro poderiam ser terríveis juntos. Nada abalava as ideias loucas deles. Se um já causa, imagina esse mesmo se juntando a outros três? Midoriya não sabia se emputecia de vez ou ria.

O Furto do PeruOnde histórias criam vida. Descubra agora