Amor Próprio

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Tem uma história da minha vó que fala que o seu bisavô Narciso, enfrentava o espelho e não se olhava, se via, mas não se olhava. Ela me dizia que tinha uma diferença gigante quando você ver e quando você olha.

A pessoa quando ver uma fulô ela só ver a fulô, sua conjuntura. Se é tal cor, se é pequena, se éééé de um tipo de fulô que fede ou que cheira, as pessoas têm essa mania de dizer que toda fulô é cheirosa, que daria um perfume muito bom, mas na verdade não é.

Esse negócio de que toda fulô é perfeita, é negócio extremamente sem raiz.

Quando se olha um fulô a gente é a abelha, a gente passa a sentir a fulô, todos os seus grãos de pólem que grudam no nosso corpinho são importantes, a fulô ela passa a não ser só fulô, mas se torna algo importante pra nós, aquela fulô passa a se tornar única entre tantas outras fulôres

O meu tatatatatataravô só precisava do entendimento de que se ver e listar inúmeros traços perfeitos, não era a única coisa que podia visualizar em um reflexo, Narciso, assim como todos nós, poderia se olhar de dentro pra fora.



Vivências de eu mesmo VlademiroOnde histórias criam vida. Descubra agora