Isabella DuarteAssim que chego no aeroporto de Miami a ficha começa a cair e vejo que aquilo é real. Passo pela imigração - com medo de falar qualquer coisa errada -, e depois de trocar meu chip de celular, sigo para o endereço do apartamento que aluguei antes de vir pra cá. Chegando lá percebo que é tão aconchegante e confortável quanto parecia nas fotos enviadas pela corretora. Como o apartamento já tinha sua mobília, eu apenas larguei as malas no quarto e me joguei na cama. Queria dormir por horas mas precisava tomar um banho e tirar essa ''sujeira de aeroporto''. Feito isso, me aconchego na minha cama, checo as horas e percebo que são 10:00pm, perfeito.
NO DIA SEGUINTE
Acordo no susto, sem me dar conta de onde realmente estou, vai demorar até eu enxergar esse lugar como casa. Percebo que não tenho sequer um grão da arroz em casa, por isso decido já sair ponta para o meu primeiro dia na City Ballet e procurar algum lugar pra comer lá perto. Depois eu resolveria esse lance das compras.
Logo após comer, me dirijo o mais rápido possível a academia de dança, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia. Chegando lá, dou meu nome a recepcionista que me direciona a uma sala, que depois de entrar, vejo que cinco mulheres me esperam lá dentro. Droga, eu estou atrasada. Mas não era às 10:00am?
- Desculpe o atraso. Sou Isabella, Isabella Duarte. - digo nitidamente nervosa.
- Olá, Isabella, seja bem-vinda! Me chamo Emma, Emma Clark, sou professora e diretora daqui, também sou eu que vou ficar responsável por todas vocês e seus estágios. E você não está atrasada, todas acabaram de chegar. - Diz a mulher alta e simpática na minha frente. Respiro aliviada.
Começam as apresentações e eu fico atenta a cada uma delas, gostaria de conhecer melhor as minhas novas colegas de profissão. As três primeiras meninas se apresentam, a primeira é Cristina de Porto Rico, a segunda era Ana que vinha da Argentina, e a terceira se chamava Isabel que era de Cuba. As apresentações continuaram e a próxima era uma menina extramente tímida mas nitidamente muito forte.
- Meu n-nome é Al-Alejandra. Sou do México. - Alejandra não tinha um inglês bom, e senti que isso a deixava insegura. Apesar de eu também falar espanhol, precisávamos falar em inglês para que a professora nos entendesse.
Depois daquilo, vi que precisava me aproximar de Alejandra, sei como é difícil se sentir sozinha e deslocada, ainda mais por causa do idioma.
- Ei, você foi muito bem, se precisar de algo pode contar comigo. - eu disse a mexicana que parou logo ao meu lado depois de sua apresentação.
- Muito obrigada, talvez eu precise. - ela me disse com o riso frouxo. Me juntei a ela com um sorriso simpático.
- Ok, a próxima é você... - Emma disse indicando para que eu desse um passo a frente e me apresentasse.
- Olá, eu me chamo Isabella e sou do Brasil. - disse simples e com um sorriso.
- Ei, Brasil! Sempre quis conhecer seu país, parece ser um lugar incrível. - Disse Cristina.
- É sim, na verdade eu amo meu país, nossa cultura e nossa gente. O grande problema é que o Brasil é como uma linda e potente Ferrari... mas é pilotada por alguém que não sabe dirigir.
Após uma breve conversa nos conhecendo, eu e as meninas decidimos sair para um Happy Hour depois que saíssemos da academia. Enquanto isso não acontecia, nós terminávamos os últimos detalhes para estabelecer nossas rotinas na City Ballet. Emma, nos passou o cronograma, cada uma de nós trabalharia na academia duas vezes por semana, no período da manhã, lecionando as turmas infantis de ballet. No período da tarde iríamos para nossos estágios, e nos outros dias da semana trabalharíamos neles em período integral. Eu, honestamente, fiquei muito confortável com o cronograma, me permite explorar dois aspectos diferentes do meu trabalho. Mas também havia a bolsa, onde poderíamos treinar e ensaiar na academia. Isso obviamente deixaria o tempo bastante corrido, para conciliar dois trabalhos e mais os treinos, mas seriam por pouco tempo. Os treinos eram mais necessários para o nosso preparo para as aulas que daríamos. Em resumo: era uma oportunidade muito mais voltada para o trabalho do que para o estudo, e honestamente, eu preferia dessa maneira, era o que eu procurava agora. Tivemos também algumas reuniões, virtuais e presenciais, com os gerentes, agentes e empresários de onde trabalharíamos. Descobri que eu seria uma espécie de assistente de coreografia para uma banda, pelo o que eu entendi era famosa mas eu não conhecia, veria isso depois. De qualquer forma a agente da banda que conversou comigo era extremamente querida e simpática, acho que vai ser um emprego bom.
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SUDDENLY YOU - Christopher Velez
FanfictionIsabella Duarte, uma dançarina de 22 anos, nascida e criada no Rio de Janeiro, que recebe a grande oportunidade de estudar e atuar em uma das maiores academias de dança de Miami, a Miami City Ballet. Com muitos sonhos e planos para sua carreira e fu...