You Sun

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2 – You Sun

Draco POV

Eu não podia deixar de me sentir muito confuso sobre ele, e sempre odiei me sentir confuso sobre as coisas.

No começo eu me atrevi a pensar que Harry estava querendo ser um bom moço. Por isso sua necessidade de não deixar que me fizessem mal. Depois achei que ele poderia estar fazendo isso por achar que me devia alguma coisa por não ter entregado ele a Voldemort. Mas ele sempre colocava meus pensamentos em contradição.

Após começar a me perseguir, é claro que em um momento eu perdi a paciência.

Não queria Harry perto de mim de forma alguma, porque ele me fazia abaixar a guarda, e eu sabia que não poderia fazer isso.

Não gostava de me sentir livre, exposto ou tranquilo em momento algum, porque os anos anteriores me ensinaram que sempre deve estar alerta.

Mas Harry tinha uma teimosia que eu não entendia, e quando perdi total e completamente a paciência, eu respondi todas as perguntas que imaginei que ele pudesse querer.

E descobri que nem isso o faria me deixar em paz.

Harry continuou próximo, e eu senti algo diferente em sua aproximação.

Ele não forçava mais, ou me irritava. Apenas agia no meu tempo e ritmo. Estava sempre próximo, sem fazer perguntas, imposições, sem pedir licença, mas sem invadir meu espaço.

Com o tempo eu acabei me acostumando com a presença dele, mas continuava confuso.

Harry era uma pessoa que queimava.

Por muitos anos eu acreditava que ele me ofuscava, mas não era verdade.

Harry realmente tinha luz própria. Não se importava com as pessoas ao redor, queria apenas ficar tranquilo na dele.

Mas ele tinha uma luz, que acabava transmitindo para as pessoas sem nem perceber. Um tipo de presença contagiante, que acabava se fundindo a você sem que notasse.

Ele transmitia um calor, um acolhimento, uma coisa que você não percebia de início, mas ao se dar conta notava que ele parecia plantar algo dentro de você, tão fundo que nada poderia arrancar.

Harry passava esperança, tranquilidade, alegria, quase como se sua presença dissesse que não importando como as coisas fossem ruins, o dia seguinte seria melhor.

E era isso o que ele sempre me fazia sentir.

Como se o dia seguinte fosse fazer tudo melhorar.

Ele era como o sol, nascendo todas as manhãs para mostrar que as coisas estavam recomeçando, como uma manhã nova depois da tormenta, como... a certeza de que tinha uma nova oportunidade.

Harry sempre parecia estar dizendo que o sol vai brilhar em nós novamente.

E, Merlin, eu o odiava por isso.

Odiava quando seu otimismo me contagiava.

Estava acostumado desde cedo a me preparar, a estar em guarda, a não confiar e a sempre deduzir o pior.

Mas quando ele estava ali, o mundo parecia um lugar bom. Parecia ter felicidade, parecia ser algo leve e traquilo.

E eu não poderia me sentir pior com tudo isso.

Porque ao me acostumar com essas coisas, eu comecei a sentir falta de Harry quando não estava por perto.

Mesmo que ele tentasse me irritar ou ficasse quieto me vendo estudar, ele fazia falta quando estava longe.

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