Ophelia aquela que traz ajuda/fornece socorro;
• em um mundo perfeito onde Ophelia faz tudo o que quer baseado em livros infantis que sua mãe lhe contava •
"I'm not crazy. My reality is just different from yours."
*
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Batidas na minha porta me tiraram do transe. E nem me surpreendi ao ver Zayn segurando rosas vermelhas para mim.
"Eu percebi que você estava meio triste quando chegou em casa, então pintei essas flores para você." Ao pegar em seus caules, diversas gotas de tinta rubra mancharam as mangas da minha camisa branca - que burrice era aquele que ao invés de comprar uma rosa vermelha ele pintava as brancas? -.
"Muito obrigada..." Sorri minimamente e ele pegou Cheshire em seu colo.
"Mais tarde eu e a Josie vamos tomar um chá lá em casa. Se você quiser, pode aparecer que nós vamos adorar." Seu sorriso ficou ainda mais largo e eu assenti ansiosa por uma pequena distração para o ocorrido da manhã.
Como eu já sabia que o tempo iria passar voando, coloquei um vestido azul claro e atravessei a rua sendo acompanhada pelo gatinho. O barulho de um carro vindo em alta velocidade me chamou a atenção mas não teria problema algum, já que pela distância que ele estava, não me faria mal algum.
Entretanto, parecia que a cada passo que dava, mais três eu voltava para trás. Não demoraria muito para que o veículo colidisse com o meu corpo me destruindo em pedaços.
"Tudo bem contigo? Estavas parada nessa mesma posição há... noventa e três segundos." Josie apareceu atrás de mim entrelaçando os nossos braços para entramos de uma vez na casa de Zayn. Meus pelos ainda estavam eriçados pelo o que ocorrera, eu estava apenas alucinando? Mas como parecia tão real?
"Estou bem!" Sorri aberto para transmitir alguma veracidade.
"Bom, nem preciso dizer que está óbvio o quanto Zayn está caidinho por ti. Por que tu não falas para ele que também sentes o mesmo?" A garota empurrou o meu ombro e eu senti minhas bochechas queimarem - eu não era muito boa com relacionamentos -.
Meu primeiro namorado tinha sido durante o ensino médio e bem, depois de tirar a minha virgindade e espalhar por todos do colégio, ele terminou o nosso relacionamento e nunca mais sequer trocara uma palavra comigo. E meu segundo foi na faculdade, ele tinha sido com toda a certeza o primeiro garoto pela qual amei de corpo e alma - seus cabelos morenos faziam um belíssimo contraste com os meus fios loiros, sua altura tão diferente da minha, sua voz que fazia todo o meu corpo se arrepiar - até que ele decidiu me abandonar e eu nunca soube o porquê.
"Eu até poderia ir embora logo em seguida ao chá e deixá-los sozinhos." Josie me deu uma piscadela e eu me senti ainda mais envergonhada.
A pequena festa era muito mais simples do que eu esperava. Os dois se sentavam em poltronas de formatos e cores muito exóticos e tomavam chá conversando sobre o seu dia a dia - até mesmo Cheshire tomava algumas gotas em sua tijelinha no canto da sala -. Josephine passava o dia todo ocupada em sua relojoaria limpando cada artefacto antigo e Zayn passava o seu tempo fazendo chapéus e roupas extravagantes.
Me senti até mesmo um pouco intimidada quando passaram a palavra para mim e eu sequer tinha algo tão incrível para fazer como eles, para além da existência como de fantasma da empresa que eu sonhava trabalhar há anos. Minha vida estava sendo pura comédia então decidi que nem iria abrir a boca para falar.
Assim como a garota tinha dito, ela realmente depois do chá já estava indo para a sua casa me deixando sozinha com o moreno. Seus olhos de cores diferentes não saíam de cima de mim e, curiosamente, eu estava adorando.
"Cheshire comeu a sua língua de novo?" Um belíssimo sorriso surgiu em seus lábios carnudos e eu abaixei a cabeça olhando para os meus pés.
"Nunca me senti assim antes. Como se já nos conhecêssemos há milhões de anos-" Eu mesma me interrompi ao repensar nas palavras que dizia. Agora ele me achava uma completa louca.
"Mas então você não se lembra de mim, docinho? Vou ficar triste se disser que não." Um bico substituiu o seu sorriso e eu dei de ombros. Como eu poderia conhecê-lo se eu nunca sequer tinha ido á Bradford? A única coisa que eu sentia era que as nossas almas estavam interligadas, e isso era totalmente contrário às minhas viagens pelo mundo - era apenas sobre a história que mamãe me contava em que ao morrermos a nossa alma era colocada em outro corpo e dessa forma, procurávamos pela nosso verdadeiro amor após cada morte -.
"Como poderia me lembrar de você se eu nunca o vi antes?" Arqueei as sobrancelhas e ele sorriu vindo até mim. Seu perfume cítrico e seus dedos contornando meu rosto me faziam sentir uma sensação muito familiar. Chegava a ser medonho.
"Por que assim como você pensou: nossas almas esta ligadas, certo?"
