4. I can't put in words what I feel when I'm with you

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LOUIS.

Eu sempre pensei que pessoas estão em lugares errados nas horas erradas. Eu estava no lugar certo na hora certa. Harry estava no lugar certo na hora certa. Mas o velho treinador nos gritando e entrando no vestiário estava em um lugar muito errado em uma hora muito errada.

“Meninos?” A voz dele ecoou e um Harry muito vermelho saiu de cima de mim e tentou arrumar suas roupas e cabelo que estavam totalmente desalinhados, igual a mim. “Ah, aí estão vocês. Vou fechar o ginásio, melhor irem para casa.” Bufei de raiva, totalmente frustrado e saí, com o garoto cacheado, igualmente frustrado, em meu encalço.

“Isso não acabou.” Ele sussurrou em meu ouvido e quando fui agarrá-lo, ele já tinha ido embora, seguindo seu caminho para casa.

Baguncei os cabelos novamente e fechei os olhos com força. Há uns meses atrás eu nunca imaginaria que sairia todo vermelho do vestiário escolar depois de quase transar com Harry Styles. Isso é doideira, sabe..

Entrei em casa e minha mãe estava no sofá, com meu pai adormecido do seu lado.

“Oi amor, demorou. Seu pai já almoçou e pelo visto está tirando um cochilo. Não te esperei pois estava com muita fome e não sabia que horas você ia chegar.” Ela disse, abaixando o volume da televisão e apontando a mesa ainda feita e com comida em cima.

“Tudo bem mãe.” Sentei numa cadeira e coloquei um prato cheio, engolindo tudo em alguns minutos.

“Você come rápido demais, isso faz mal.” Minha mãe observou como sempre e eu apenas concordei, como fazia todas as vezes. Eu só me acostumei a comer muito rápido, nada que não tivesse feito mais vezes e fosse me matar agora.

Subi as escadas e me joguei na cama, recebendo uma mensagem de Niall mandando eu ir até a janela. Me apoiei no parapeito com o vidro levantado e ele estava sentado do outro lado com as pernas balançando para fora e um sorriso de lado pra mim. Sentei do mesmo jeito que ele e balancei as pernas para frente e para trás esperando Ni falar alguma coisa.

“E aí, Louis Tomlinson?” Ele zoou e eu levantei o dedo médio para ele. “Você é muito mal educado com seu amigo querido. Mas e aí, o que rolou naquele vestiário, uh?” Enrubesci e ele abriu a boca em formato de ‘O’ com as mãos no rosto.

 “A gente quase se beijou. Ele ficou me provocando e tal, mas o treinador chegou e não deu tempo de darmos continuidade.” Ele deu um berro e eu ri. “Fica quieto! Não foi nada demais, Niall!”

“Não foi nada demais?” Ele berrou e escondeu o rosto nas mãos. “Vocês quase... no vestiário!” Ele disse e eu ri mais ainda.

“Eu sei, eu sei... você vai perder a aposta e eu vou ganhar o Styles.” Eu sorri com o pensamento de eu e Harry comemorando um ano de namoro, da gente passeando com as mãos dadas, sentando em bancos de pracinhas... Balancei a cabeça numa tentativa de afastar os meus desejos mais profundos que me atazanavam novamente e foquei no rosto do garoto do lado oposto.

“NIAAAAAAAAL!” O garoto loiro olhou para trás com os olhos arregalados e jogou as pernas para dentro do quarto.

“Preciso ir... Nos falamos depois, Lou!” Ele fechou a janela rapidamente e saiu correndo. Voltei inteiramente para meu próprio quarto e liguei o computador. Fiquei navegando por sites aleatórios até as onze, quando decidi me deitar.

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Tic-tic-tic

Que porra é essa?

Tic-tic-tic

Abri os olhos, tendo o sono interrompido por esse barulhinho chato que parecia vir da minha janela.

Olhei no relógio e era uma e meia da manhã. Quem estaria fazendo esse diabo de barulho em plena uma e meia da manhã?

Abri totalmente as cortinas e o vidro e me assustei ao ver ninguém mais, ninguém menos que Harry ali, com uma blusa preta e uma jaqueta da mesma cor por cima, o cabelo estranhamente despenteado, uma colcha e um sorriso lindo estampado nos lábios.

“Louis Tomlinson!” Ele disse alto e eu olhei para os lados, me certificando de que a rua estava vazia. “Me daria a honra de sua companhia para um passeio?”

“É uma e meia da manhã!” Respondi em um tom baixo.

“Nada melhor que um passeio na linda madrugada quente de Londres, não acha?” Ele continuou a sorrir e eu me permiti soltar um risinho.

“Vou descer...” Comecei mas ele me interrompeu.

“Pela porta?” Ouvi sua indagação e voltei a fita-lo.

“Como pessoas normais.” Dei de ombros e ele balançou a cabeça, num gesto de negação.

“Pessoas normais não se divertem. Pula que eu te seguro.” Arregalei os olhos e balancei a cabeça, nervoso.

“Nem pensar!”

“Vamos Lou! Eu te seguro, prometo!” Ele jogou o pano no chão e levantou os braços. Apoiei as mãos no parapeito frio e passei as pernas para o outro lado. Se eu estava certo que devia fazer isso? Não. Se eu confiava em Harry? Sim. O garoto me passava uma confiança anormal, contando o fato que era totalmente plausível eu desconfiar dele, pelo seu passado.

Me joguei e senti braços ao redor do meu corpo enquanto caíamos de costas no chão, a queda sendo amparada pelo pano que estava largado no chão.

“Wow. Não foi tão mal, não é?” O garoto voltou a me hipnotizar e eu apenas balancei a cabeça, tentando recuperar a respiração e me colocando de pé, ajudando o garoto a levantar também.

“Então, o que vamos fazer?” Perguntei e ele não me respondeu, apenas mostrando a mão aberta para que eu segurasse, o que eu fiz de bom grado.

Ele andou, me levando junto, peças ruas quentes de Londres. Eu já sentia calor, por estar com roupas de moletom e uma blusa sem manga. Espera, roupa de moletom?

“Harry!” Chamei sua atenção e ele olhou para mim. “Não me troquei.” Ele riu e tirou uma calça preta e uma blusa do Coldplay de dentro do pano enrolado. A blusa do Colplay! “Você vai me emprestar suas roupas?” Perguntei não contendo o insistente sorriso ao me imaginar naquela blusa linda. Minha preferida, para falar a verdade.

“Vai ser lindo te ver nela.” Ele segurou minha mão de novo e voltamos a caminhar, indo para onde quer que estivéssemos indo. Eu iria para qualquer lugar com ele, até para o inferno se ele pedisse.

Wagers (Adaptação Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora