Segredos Obscuros - Deserto de confusões.

3 - Shikamaru e Ino

Escrito por: NandaSk611

Modificado por: For4de0rbita

"Lembre-se de tudo que queríamos
Agora, todas as lembranças estão assombradas
Nós fomos feitos para dizer adeus
Mesmo com nossos rostos erguidos
Isso nunca teria funcionado do jeito certo ... "

3

INO YAMANAKA

O crepúsculo se anuncia no horizonte enquanto eu observava a janela do meu quarto a chegada de Nara. Nossos amigos o recebiam radiantes, anunciando a festa que se seguiria ao cair da noite para parabenizar seu noivado com uma kunoichi de areia, Temari.

— Você não vai parabenizar ele, Ino? - pergunta minha mãe que acabara de vir da loja.

— Mas tarde— informo assim que os olhos escuros do moreno me veem.

Para quem o conhecia, pensava que estava indiferente, de saco cheio de tudo aquilo, era o que demonstrava sua típica aparência relapsa com as mãos despretensiosamente nos bolsos. Mas para mim, a única que sabia quem ele realmente era, podia ver o sorriso arrogante em seus olhos.

Shikamaru acena para mim distante de forma breve, mas eu me afasto da janela. Não quero contato com ele. Não mais.

— Eu não intendo você. Porque não o comprimento logo? — esbravejou minha mãe.

Eu a ignoro seguindo para o banheiro a deixando para trás. Tomo um banho demorado, não queria sair e comemorar a atrocidade que aquilo representava. Eu me perguntava, como Temari reagira ao pedido? Será que pulara em seus braços de forma apaixonada ou ela era tão fria quanto Nara e aceitara tudo de forma leviana?

Saio do banho e acendo a luz do abajur deixando o quarto parcialmente iluminado, a noite já havia tomando o lugar do sol me fazendo sentir breves calafrios com o sopro suave de brisa vindo da janela. Aperto a toalha firme em meu busto para prendê-la enquanto seco os enormes fios de meus cabelos com calma. Manter eles brilhantes e desse tamanho não era fácil. Aproveito para fechar a porta quando sinto minha pele se arrepiar com a presença forte que se encontrava ali.

— Quando vai parar de entrar no meu quarto sem pedir? — pergunto sem ao menos olhá-lo.

— Não é como se você fosse negar ...— diz leviano.

Sinto a sua aproximação e logo sua mão pousa de leve em meu ombro me fazendo parar no meio do caminho, estática entre um passar de toalha e outro, fecho meus olhos diante da proximidade —Você nunca nega ...

Sua voz rouca faz cócegas em meu pescoço enquanto a outra mão aperta minha cintura dando um leve puxão de encontro a seu peito, seus dedos roçam minha coxa direita.

— O que você fez para Temari aceitá-lo? - pergunto me afastando.

Cruzo os braços de forma protetora sobre meu peito. Me sentia incomodada quando ele me olhava daquela forma, como um predador analisando sua presa. Nara era ardiloso e manipulador, e ser a única a saber disso não ajuda em nada. Ele vinha manifestando seu papel como um shinobi preguiçoso e amigo a tanto tempo que todos jamais acreditariam em uma palavra que eu dissesse. Nem mesmo meu pai acreditara quando eu resolvera contar o que pensava a respeito de Shikamaru, solicitar para não estar mais na equipe dele após descobrir o tipo de pessoa que ele era ...

3 anos antes ...

"— Tem certeza que não quer que eu lhe acompanhe? — pergunta Sai na porta de sua casa.