EPÍLOGO - XIII

8 1 0
                                    

Eu sou a sombra dela... a escuridão dela.

Eu nunca serei capaz de alcançá-la.


Mas, Sora... Agora, neste momento, você e eu somos amigos, não somos?

Ninguém quer falsas memórias...

Se é isso que se trata - não... Estou feliz por ter conhecido você, Sora.

Então, eu não vou me arrepender de nada.


Eu me pergunto se nos encontraremos novamente. Tenho certeza que vamos.


NO CANTO DO GRANDE SALÃO, HAVIA uma pequena escada.

"Isso vai para o décimo terceiro andar?" perguntou Sora.

"Sim," a vozinha de Naminé respondeu, e ela subiu as escadas.

Eles passaram por mais salas brancas e finalmente chegaram a uma porta maior.

Quando Naminé parou diante dela, a porta se abriu sem um som.

"O que é este lugar...?"

"Uma sala secreta" Naminé se virou e sorriu para eles.

A sala estava cheia de dispositivos estranhos em forma de botões de flores enormes. Donald se aproximou de um. "Então... se dormirmos nessas coisas, nossas memórias vão voltar?"

"Vai demorar um pouco. Mas eu vou cuidar de vocês"

"Gawrsh... quando acordarmos, não lembraremos mais quem você é" Pateta desabou tristemente.

"Como saberemos que devemos lhe agradecer, então?" perguntou Donald, cutucando a cápsula.

"Não precisam se preocupar com isso!" Grilo Falante exclamou, colocando a cabeça para fora do bolso de Sora com um sorriso. "Vou fazer uma anotação importante no meu diário. E dirá: 'Obrigado Naminé'"

"Isso me faz sentir melhor!" Donald sorriu também, e Naminé finalmente aderiu.

Mas isso realmente funcionará? Sora se preocupou. Algo não aconteceu com o diário de Grilo quando entramos no castelo?

Ele balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Naminé iria se certificar de que estaria tudo bem.

"Bem, então... Boa noite, Naminé!" Pateta acenou para ela.

Ela acenou com a cabeça em retorno. "Boa noite, Pateta"

Donald e Pateta se acomodaram em uma cápsula.

"Você também, Sora!" Donald repreendeu.

"Ok, ok..." Sora foi até o grande botão de flor no meio da sala.

"Tudo isso pode ter começado com uma mentira," disse Naminé, "mas... Estou muito feliz por ter te conhecido, Sora"

Ele se virou, sorrindo para ela. "Sim. Eu também"

Ainda era difícil acreditar que suas memórias com Naminé pudessem ser mentiras.

Mas seus sentimentos agora eram reais.

"Quando finalmente te encontrei e quando me lembrei do seu nome... fiquei tão feliz", disse ele. "O que eu sentia não era mentira"

Ela sorriu de volta. "Adeus"

"Não, adeus não!" Ele deu um passo para mais perto dela. A determinação veio em sua voz. "Quando eu acordar, vou te encontrar. E então não haverá nenhuma mentira. Nós vamos ser amigos de verdade. Prometa-me, Naminé"

Ela balançou a cabeça. "Você vai esquecer de ter feito essa promessa"

É por isso que isso é um adeus, Naminé pensou. Quando você acordar, Sora, você terá se esquecido completamente de mim.

"Mas mesmo que a corrente de memórias se desfaça, os elos ainda estarão lá, certo?" Sora insistiu. "Então a memória da nossa promessa estará sempre dentro de mim em algum lugar. Eu simplesmente sei disso"

Ela queria acreditar nele.

Se alguém pudesse se lembrar dela, Sora iria - nisso ela podia acreditar.

"Ok... você está certo. É uma promessa"

"Sim!" Sora estendeu seu dedo mindinho para ela. Ela o vinculou ao dela.

"Promete, Sora?"

"Eu prometo"

Então ele entrou na cápsula. Parecia quente por dentro... reconfortante. Ele estava ficando com um pouco de sono...

"Ei, Sora"

"Hm?" Sua visão estava ficando turva.

"Alguns dos elos de suas memórias estão nas sombras do seu coração, e eu não serei capaz de encontrar todos eles. Mas não se preocupe... Você fez outra promessa a alguém que você nunca poderia substituir"

A voz de Naminé parecia uma canção de ninar. Gentil... como o som das ondas na ilha.

"Ela é sua luz. A luz na escuridão. Lembre-se dela e todas as memórias perdidas nas sombras do seu coração vão voltar"

"Outra promessa..." Atrás de seus olhos fechados, ele podia ver uma luz fraca.

"Veja o amuleto de boa sorte. Mudei sua forma quando mudei sua memória, mas quando você pensou nela apenas uma vez, ele voltou a ser como era"

A luz brilhou e se transformou no amuleto da boa sorte. Além desse brilho estava Naminé. Ele murmurou o nome dela - mas Naminé já estava desaparecendo na névoa, e outra pessoa estava lá.

Que é aquela? Não me lembro...

Todos os seus amigos... E Riku.

Ali, parada no meio... Era a garota ruiva.

Alguém especial para ele.

"Kairi!"

No momento em que ele disse esse nome, ela sorriu.

E todo o resto de seus amigos... Tidus, Selphie, Wakka, Leon, Yuffie, Aerith, Cid... E Riku. Todos eles sorriam. "Meus amigos..."

"Viu? Suas memórias estão voltando"

Ele se virou. Naminé estava lá, apenas, envolta em névoa. "Naminé?!"

"Não se preocupe. Você pode se esquecer de mim... mas nós fizemos uma promessa. Então eu posso voltar" Ela ergueu o dedo mínimo que se juntou ao dele.

"Promessa é dívida"

"Está certo. Um dia, a promessa que fizemos se tornará a luz que nos unirá. Até então, estarei em seu coração..."

"Eu sei. Esquecido, mas não perdido"

Ele não perderia suas memórias de Naminé.

Não importava o que acontecesse, esses sentimentos... esses pedaços de memória ficariam com ele.

As promessas se transformariam em luz. As peças chamariam umas às outras e formariam uma corrente.

É assim que eu sei... não vou esquecer.

A luz o envolveu suavemente.

E Naminé observou Sora adormecer.


O fim – A História de Sora




Memórias desaparecendo.

Memórias renascidas.


E um sonho

Um sonho de você em um mundo sem você.

Kingdom Hearts Chain of Memories - NovelizaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora