at first sight

4.1K 244 766
                                    



—

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu não quero ser a estrela morta que absorve toda a luz ao seu redor. — Seus olhos estavam vazios. Não havia nenhuma luz, nenhum cintilar de sua malícia, nem intensidade extática de seus desejos. Apenas vazio, um buraco negro.

Era como encarar um objeto inanimado. Uma estátua perfeita, pele de mármore, expressões petrificadas, olhos em branco.

Meu peito tremia tamanha força de meu choro, de minha dor, do luto pelo amor que mal nascera e já se fora, prematuro.

Fruto em que teimei a afundar os dentes ainda verde, o sabor intragável sendo forçado pela minha insistente e teimosa fome de mais, dele.

— Aonde vai? — Manejei falar, me agarrando às mangas de seu terno apenas para que suas mãos me obrigassem a soltá-lo. — Eu posso ir com você, Joon. — Solucei novamente, balbuciando que ele não me deixasse, que ele me levasse consigo. Que ele não desistisse.

— Não, você não pode. Não dessa vez. — Sua mão se ergueu e eu aguardei que ele acariciasse meu rosto, mas sua palma se fechou fortemente e seu braço caiu distenso ao lado de seu corpo largo. — É hora de parar, Jungkook.

Lembro-me da primeira vez que o vi passar por mim.

Eu estava esperando o horário da minha aula, no andar de cima, olhando quem passava pela passarela do jardim da minha universidade -abaixo de mim- os braços apoiados no peitoril, o queixo descansando sobre eles enquanto meus olhos acompanhavam as pessoas que seguiam em seu próprio caminho, em seu próprio tempo, em grupos ou sozinhos, apressados e relaxados.

E então eu o observei pela primeira vez, ainda não o vendo, mas certamente o notando.

Eram necessárias mais do que minhas supérfluas e influenciáveis observações para enxergá-lo realmente. Muitos meses foram necessários para que eu o visse de verdade.

Foram apenas suas costas e cabelos loiros destacando-se das roupas pretas e bem ajustadas, o blazer apenas jogado em um dos ombros.

Ele parecia desfilar, fazendo daquele trecho sua própria e exclusiva passarela, imperturbado pelos outros que pareciam apenas figurantes de sua cena.

Por alguma razão, eu deixei que meus olhos se prendessem ali; nas costas largas e quadril estreito, na forma que ele olhava ao redor parecendo estar a procura de algo, apesar do passo lento, parando por alguns instantes e contemplando o ambiente ao invés de estar tentando se localizar.

As árvores que adornavam as laterais da passarela cimentadas dançavam envolvidas pelo vento frio de um dia chuvoso, o céu nubloso em tons de cinza, porém um pequeno grupo de nuvens se separava minimamente iluminando aquele ponto em dourado crepúsculo.

Redlights | NamkookOnde histórias criam vida. Descubra agora