somebody who can love me (at my worst)

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Avisos: Relacionamento disfuncional, sexo não realístico.

Boa leitura!!

Mônaco era estonteante em seus pequenos detalhes, irresistível em suas características majoritárias, era quente e seca, a brisa marinha continua servia de paliativo ao calor do verão. A cidade na Riviera francesa era um refúgio para milionários, cheia de eventos luxuosos e cassinos requintados.

Contudo, havia uma razão além do estilo de vida glamuroso que nos levou até ali, o fato de que delitos fiscais cometidos em outros países não serem reconhecidos pelos bancos do lugar. Namjoon havia comentado a certeza de que seu desvio não ganharia tanta atenção e que seu pai provavelmente iria encobrir qualquer coisa que expusesse a imagem da família e empresa. Eu não havia questionado a razão de seus atos anteriores, sentia que mesmo que ele me explicasse eu seria incapaz de compreender, parecia absurdo demais, fora da minha realidade, como em algum tipo de delírio longo demais.

Nos instalamos em um apartamento em Monte Carlo, da varanda eu podia observar o mar azul de longe, mesclando-se ao horizonte da mesma tonalidade, abaixo o trânsito que mais me parecia uma exposição de veículos - os quais deveriam valer mais do que minha existência- era devagar, mesmo que tais carros fossem capazes de correr em alta velocidade.

Nos primeiros dias Namjoon me fez valer mais, me pintou para que eu me encaixasse na obra já bem composta. Me banhou em coisas que eu nunca almejei, nunca fui do tipo de pessoa que sonha com roupas caras e joias, mas quando ele me vestiu de tais coisas eu me senti poderoso; quando ele rolava os olhos sob minha figura com desejo e apreciação algo em mim ronronava em satisfação, profunda e feia.

Ele tinha algum tipo de cronograma, sempre marcando brunchs com homens de negócios que vestiam-se demais em ternos brancos e usavam relógios pesados, óculos aviadores na ponta dos narizes empinados. Discussões em um inglês prático e variante em sotaque me faziam apenas sentar e observar, sorrindo e acenando, quem diria que realmente é uma boa tática.

Na nossa segunda semana ali, ele me fez sentir que estava flutuando, nada realmente me preocupava, muito menos naquela noite, onde em uma área reservada de um restaurante que dispunha talheres demais sob a mesa bem posta ele desembolsou uma caixinha vermelha de aparência envernizada.

- Joon? - Questionei em um misto de confusão e euforia, tudo o que eu via era sua imagem, minha pulsação pegando pique, sobressaindo-se em meus ouvidos dos sons ambientes e da música do piano que tocava ao fundo do salão, próximo a grande sacada de vista para o mar noturno.

- Eu pensei em uma maneira de mostrar que estou feliz por ter vindo comigo. - Ele tinha um olhar hesitante, paciente enquanto sorria de maneira segura em minha direção. - Quero que use isto, por mim.

Eu ri, seduzido pelo objeto em suas mãos antes de alcançá-lo tremulamente, abri o fecho em um clique e meus olhos se arredondaram pela imagem da aliança de ouro branco, simples, moderna, cortes retos em círculo preciso, a parte central projetando-se um tanto mais para frente, deixando a primeira impressão de simplicidade para trás pelo requinte da delicadeza da peça bem moldada. Minimalista, iria certamente se mesclar com meu estilo próprio, eu amei.

- Posso colocar em você? - Questionou chamando novamente minha atenção para si, seu cabelo loiro estava com um tom acobreado e mais longo atrás, bem penteado para fora da testa, dando-lhe mais seriedade que o platinado de quando o conheci, mas ainda cumprimentando lindamente sua pele beijada pelo verão daquele ano. A blusa branca de botões agarrava-se bem aos seus músculos e chamava minha atenção para seus braços expostos onde ela se dobrava até os cotovelos.

- Sim. - Disse com um sorriso que doía minhas bochechas, ele buscou minha mão esquerda, era visível como meus dedos tremiam levemente enquanto ele colocava a aliança em meu anelar. Fitei a banda prateada mordendo o interior das bochechas e ele depositou um singelo beijo no metal ainda gelado, antes de buscar sua taça de vinho e erguê-la em minha direção.

redlights | namkookOnde histórias criam vida. Descubra agora