Girls like girls

Girls like girls like boys do, nothing new.

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Dorcas havia saído de casa preocupada naquela noite. À tarde, quando estava no trabalho, ela havia recebido uma mensagem de sua melhor amiga, Emmeline Vance, que tinha a deixado assim.

As duas eram amigas desde o ensino médio e Dorcas sabia que atualmente (talvez há muito tempo e isso estivesse reprimido dentro de si), ela se sentia diferente em relação a morena. Quer dizer, ela gostava dos sorrisos que ela dava sempre que Dorcas lhe dava uma barra de seu chocolate favorito — já que a loira tinha um pequeno estoque do mesmo para presentear a amiga sempre que ela estava para baixo — e sentia arrepios todas as vezes que elas se tocavam.

Por esse e outros motivos, naquele momento, fazia sentido ela estar tão preocupada mesmo que Emmeline tivesse afirmado veemente que estava tudo bem com ela, mas com seu relacionamento não.

Não era um segredo que a maioria dos relacionamentos da morena eram fadados ao fracasso, já que aparentemente ela tinha um gosto um tanto quanto ruim para namorados. Desde o ensino médio, ela havia namorado caras que a traíram e a magoaram e todas as vezes, Dorcas estava lá para secar as lágrimas da amiga e a dizer que estava tudo bem, mas dessa vez parecia diferente. Até porque, o atual namorado da morena não era tão ruim assim, embora Doe não gostasse muito dele por motivos óbvios.

Mas Emmeline estava diferente com Dorcas e isso a sufocava e magoava cada vez mais, aos poucos. Todas as noites, ela perguntava a si mesma o que estava errado ou se ela havia a magoado de alguma forma, mas a amiga apenas afirmava que estava tudo bem e certo.

O que não era suficiente para a Meadowes, embora ela esperasse que tudo estivesse realmente bem, ao se sentar sozinha em uma das mesas ao fundo do pub favorito das duas desde a adolescência, esperando Emme chegar. Pediu uma cerveja para a garçonete, a madame Rosmerta, que a conhecia há anos e suspirou checando o celular. Nenhuma mensagem, nada. E a sua preocupação e ansiedade só cresciam cada vez mais.

Bebendo um gole generoso de sua cerveja recém chegada, suspirou sentindo o álcool acalmá-la um pouco. Brincou com a garrafa distraidamente e só ergueu os olhos dela ao ouvir o sino que havia na porta, denunciando a entrada de alguém no recinto. Dorcas acenou para a morena e jogou seu cabelo loiro (que tinha as pontas levemente rosadas, já que ela tinha pintado há pouco tempo com ajuda de Emmeline) e sorriu quando a mesma se sentou na sua frente.

A primeira coisa que ela fez foi tomar um gole da cerveja de Dorcas e sorrir para ela.

— Desculpe pela demora. O trânsito estava uma droga — ela murmurou e a loira deu de ombros. — Como você está?

— Eu estou bem — respondeu, arqueando a sobrancelha — E você?

— Ótima — Emme sorriu, fazendo a loira ficar confusa. — Quer dizer, acho que sim — ela voltou atrás, colocando uma mecha do cabelo castanho escuro atrás da orelha. — Eu e o John terminamos.

Doe suspirou, segurando a mão da amiga por cima da mesa e sentindo a sensação tão familiar de borboletas no estômago se agitando. Um arrepio leve subiu por sua coluna e ela o ignorou, como sempre fazia.

"Pare de besteira, Dorcas! Ela é apenas sua amiga" ela disse para si mesma mentalmente. Mas ela sabia que isso não era mais 100% verdade.

A loira sentia coisas demais por Emmeline e não eram só sentimentos relacionados a amizade, como os que ela sentia por Lily, Marlene e Alice. E isso a assustava um pouco, por isso não conseguia nem ao menos admitir a existência deles para si mesma.