14 - Eu confio em você.

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Eu ainda tremia enquanto largava as chaves no aparador perto da porta no meu apartamento

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Eu ainda tremia enquanto largava as chaves no aparador perto da porta no meu apartamento. Liguei todas as luzes da sala e da cozinha e entrei pé por pé, rezando para que não fosse nada além da minha paranoia.

Eu havia dirigido da oficina até minha casa cuidando o espelho retrovisor. Cada carro que parava atrás do meu na estrada tinha sua marca e placa anotada mentalmente para eu ter certeza que não continuaria atrás de mim quando eu dobrasse em uma esquina. Esperei cinco minutos dentro do carro antes de sair e atravessar a rua, cuidando excessivamente cada um dos lados atrás de mim. 

Apenas quando terminei de revisar cada cômodo do meu apartamento que consegui finalmente respirar normalmente. Fiquei parada no centro da sala enquanto as lágrimas escorriam pelas minhas bochechas. Só agora que eu conseguia pensar na dimensão que aquilo havia sido. O homem estava armado e havia me seguido pela rua. Tudo isso apenas para mandar que eu me afastasse de Serkan.

Rapidamente joguei minha bolsa no sofá, revirando-a rapidamente em busca do pequeno objeto metálico. Quando o encontrei e o coloquei em cima da mesa de centro, fiquei observando-o. 

Por algum motivo, este que provavelmente estava gravado dentro daquele pendrive, eu deveria ficar longe de Serkan. Meu coração batia desesperado, mas eu não conseguia distinguir o motivo exato. Eu queria tanto saber o que tinha ali, mas ao mesmo tempo eu tinha medo de ser algo com o qual eu não conseguisse lidar. 

Eu não queria ver aquilo sozinha. Queria que houvesse alguma mão segurando a minha agora, mas eu não poderia fazer isso. Ninguém podia saber sobre as coisas que Serkan e eu vimos e ouvimos. Por isso, suspirei fundo e busquei meu notebook no quarto. Calmamente o liguei e pluguei o pendrive nele. 

Haviam apenas dois documentos. Um arquivo de imagem e um de pdf, ambos com números aleatórios no nome. Decidi não pensar muito e abri o arquivo em pdf. Como a boa arquiteta, reconheci uma matricula imobiliária no segundo em que carregou. Franzi o cenho e li os primeiros parágrafos.

Nada parecia estranho até o momento em que uma palavra saltou nos meus olhos. Tuzla. Reli mais uma vez o paragrafo, prestando atenção no endereço em que o tal lote representado por aquela matricula tinha. Ainda sem acreditar, corri até a pasta com documentos do acidente dos meus pais e em choque constatei: aquele terreno fazia referência a casa onde meus pais morreram. 

Cambaleei de volta até o computador, descendo o arquivo até onde constava o nome do proprietário. E então, eu compreendi tudo. Alptekin Bolat era o dono das terras onde aconteceu o acidente. Não era Karadag que estava envolvido com os acontecimentos, e sim Bolat.

Ainda impactada com a descoberta, fechei o pdf e abri a foto. Mas nada, nem em um milhão de anos, me prepararia para aquilo. 

Eram meus pais.

Ao lado de Alptekin Bolat. 

 

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Architects of Love - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora