Sixteen

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←Riddle→

Sim, Draco Malfoy era péssimo em demonstrar sentimentos, mas isso poderia ser justificado pelo simples fato de que ele nunca teve que expressá-los em sua vida. As lágrimas que rolaram por seus olhos aos seus 17 anos foram as piores de toda sua vida até agora. Aquelas gotas de água saiam de seus olhos e cortavam sua face conforme escorriam, eram torturantes, os sufocavam.

Talvez ele só quisesse fazer companhia para a Lua…

Foi uma lembrança marcante em sua vida, muito marcante. Era seu aniversário de 17 anos, era para ser perfeito, mas não. Seu dia começou com uma responsabilidade sendo jogada em suas costas, seu pai simplesmente decidiu que ele já tinha a idade certa para cuidar da máfia dos Malfoys, aquilo era passado de geração em geração. Era conhecido como a rebelião do dezessete.

A maldita rebelião do dezessete, aquela maldita rebelião acabou com a vida de Draco. Poderia ser considerado como trágico, se não tivesse um outro acontecimento que merecesse esse nome.

O Draco naquele dia estava devastado, completamente perdido, desorientado, poderia se dizer. Ele iria buscar apoio na única pessoa que lhe dava um sentimento que ele admirava por inteiro, o único verdadeiro que ele já conheceu, o mais puro e belo.

Sua mãe, Narcisa Malfoy.

Seria um momento perfeito, Draco iria entrar no quarto de sua mãe, ela iria conversar com ele, lhe dizer as melhores palavras, e ele terminaria sua noite no braços dela, seria perfeito. Não, definitivamente não.

Draco adentrou o quarto de sua mãe procurando pela linda mulher. E foi ali, naquele infernal instante, que Draco presenciou o pior momento de sua vida. Malfoy viu o momento exato em que sua mãe pulou da sacada do seu quarto. Tudo passou por sua visão em câmera lenta, em câmera lenta o seu coração se separava em pedaços, em câmera lenta ele via o corpo de sua mãe se jogando, em câmera lenta. Tornando o momento internal ainda pior, ainda mais doloroso.

O grito em forma de não que saiu da boca de Draco ecoou por toda a enorme mansão, rasgando sua garganta e os ouvidos de todos que escutaram.

Ele correu em direção a sacada, ele sabia que não iria conseguir viver mais nenhum segundo em um mundo que sua mãe também não estivesse, era impossível para Draco. Ele teria se jogado e se suicidado junto com sua mãe se um corpo mais forte não tivesse o segurado. Draco foi parado, obrigado a continuar vivendo.

Seu coração continuava batendo, mas fazia seu peito doer a cada batida, sua respiração funcionava, mas ele estava sufocado, seu corpo continuava vivo, mas seu cérebro implorava para morrer.

"NÃO!!" Eram gritos torturantes que saíam da boca do Malfoy de 17 anos.

Lucios segurava seu filho impedindo-o de se jogar da mesma sacada que sua mãe se jogou, ele não esboçava reação…

Você não é seu pai! Sim, ele não era.

  Um ano após aquele acontecimento…

Draco não esboçava nenhuma reação, seu cérebro e corpo trabalhavam em perfeita união que emitia somente uma coisa, vingança. Ele parecia que iria matar uma pessoa qualquer como vinha fazendo em toda essa sua trajetória de mafioso.

Sim, Draco assumiu a máfia, mas a assumiu com sangue nos olhos, descontando toda a sua dor em cada vez que apertava o gatilho da sua arma e matava mais alguém. Cada tiro, cada sangue derramado, cada corpo frio jogado no chão, era um alívio momentâneo para a dor de Malfoy. Um Malfoy, ele havia se tornado um verdadeiro Malfoy naquele período que parecia infinito.

O que revolucionou sua vida, foi quando ele encontrou uma carta, mais exatamente uma carta da sua mãe, antes de se suicidar. Após ler aquele papel coberto de palavras escritas com a tão linda letra de sua mãe, seu sangue ferveu completamente, seus olhos tinham sangue, e tudo nele se movia com o mesmo propósito. Matar seu pai, vingar a morte de Narcisa.

"Querido Draco, algo me diz que será você a primeira pessoa a ler essa carta, após eu já ter partido. Oh não! Não fique triste filho, fique feliz por sua mãe estar em um lugar bem melhor agora, eu estarei tendo paz meu amor. Fique contente com isso, minha constelação favorita.
  Eu queria deixar claro que eu não o abandonei, eu irei viver para sempre no seu lindo coração meu amorzinho, mamãe apenas estava cansada, eu precisava descansar, me perdoe por ter desistido filho.
  A vida com seu pai não era nada boa, somente você alegrava meus dias naquela escura casa, abusos psicológicos e físicos por parte de seu pai me faziam confirmar parte dos meus pensamentos sobre deixar esse mundo.
Perdão mais uma vez filho, não acumule ódio no seu coração. Te amo, Narcisa."

E foram aquelas palavras naquele papel mofado que fez o coração de Draco fazer justamente o contrário do que sua mãe pediu. Acumular ódio, mas ele não precisaria se preocupar, aquele ódio seria esvaziado quando ele estivesse de frente com o corpo do seu pai morto. Sem mais nenhum um pingo de ódio no seu coração.

Draco caminhava calmamente em direção ao escritório de Lucius, como se estivesse fazendo uma visita casual ao seu pai, é isso que filhos fazem não é mesmo?

"Pai?" Draco falou abrindo a porta do enorme escritório escuro, onde seu pai sentado em sua cadeira lia um livro calmamente, totalmente tranquilo, se ao menos soubesse o que iria lhe acontecer…

"Olá Draco, como vão os negócios?" Seu pai perguntou ao loiro em sua frente que adentrava o escritório, os negócios, chega a ser até engraçado, Draco pensou sarcasticamente.

"Ótimos" Draco respondeu simplesmente, suas palavras eram vazias, apenas expressavam o tom, nada além disso. Draco se sentia em um profundo vazio, em um poço profundo, onde ele estava no fundo, no triste e solitário vazio.

"Perfeito", Lucio completou com um sorriso satisfeito.

"Eu diria que está até melhor do que na época em que o senhor estava comandando a Pyre" Draco falou com um sorriso frio, e seu pai franziu o cenho com seu comentário repentino.

"Você ainda é um simples aprendiz Draco, não diga essas tolices" Seu pai respondeu e voltou seu olhar para o livro aberto em suas mãos.

"Claro, sou um simples aprendiz" Draco falou sarcasticamente e seu pai o encarou. Draco mantinha a face fria, ele foi ensinado a ser assim.

Lucios deveria estar feliz, ele conseguiu criar uma verdadeira cobra.

"Onde quer chegar com isso Draco?" Seu pai perguntou encarando o filho que mantinha o olhar gélido sobre ele.

"Ah não sei pai, talvez você só tenha se tornado um pouquinho irrelevante aqui. Eu recomendaria uma viagem, o que acha do inferno? É um ótimo lugar" Ao dizer isso o loiro mais novo sacou a arma que guardava em seu terno elegantemente preto.

"O que significa isso Draco?!" Lucius perguntou, agora ele parecia estar com o semblante ainda mais assustado.

"Não sei, talvez o senhor só esteja fazendo hora extra demais no mundo".

Um tiro. Um corpo. Sangue sendo escorrido.

E um loiro com um sorriso gélido, com uma arma estendida em suas mãos. Vingança feita, depois ele se livraria daquele corpo.

E assim, Draco saiu calmamente do escritório, agradeceu por sua arma ter um silenciador, mas se bem que ele não se importava tanto. Agora ele mandava naquela porra.

Ao decorrer dos anos, Draco foi crescendo mais um pouco, o ódio e mágoa dentro do seu coração diminuindo. Pessoas maravilhosas apareceram em sua vida, ele nunca iria esquecer da sua querida babá que sempre cuidava dele quando sua mãe não podia, Hermione Granger. Da sua amiga maluca que às vezes arrancava um sorriso espontâneo de sua face, Pansy Parkinson. Do seu querido amigo e companheiro, Blaise Zabine.

Aquelas pessoas tinham salvado o que havia restado da sua vida.

Até um garoto de olhos verdes e com o cheiro de sua mãe adentrar nela…

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Autora// Queria fazer esse capítulo para deixar um pouco mais claro o passado do Malfoy e tals.

É gente, a tia Cisa virou estrelinha.

A Lua já está cheia de estrelas ao seu redor, ela não precisa de mais uma, entendeu meus amores?

Vendido Para um Mafioso - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora