Notas
Eu amo KageHina e eu PRECISAVA escrever essa fic.
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Caí deitado na cama, ofegante e cansado, poderia dormir ali mesmo. Kageyama ao meu lado estava quase que na mesma situação, entretanto, já estava sentado e acendia um cigarro.
- Quer? – Estendeu em minha direção. Neguei com a cabeça.
- Tenho que ir. – Levantei-me com preguiça para procurar minhas roupas, precisava tomar coragem.
- Mas já? Fica aqui essa noite. – ele pulou sobre o colchão e me agarrou por detrás. – Podemos ir amanhã de manhã até aquela feirinha de comidinhas que você gosta. – Cheirou meus cabelos enquanto fazia um carinho de leve em minha cintura. – De tarde eu te deixo em casa, Shoyo.
Pisquei os olhos com força, precisava resistir à tentação e fazer o que tinha que ser feito.
- Não dá. – Esquivei-me de seus toques e comecei a vestir as roupas apressadamente. – Tenho muitas coisas importantes para fazer.
- Num domingo?
- É, num domingo. – Sorri sem graça para o moreno, que agora tinha uma toalha em volta da cintura, assim que terminei de me vestir. – Aliás, tem uma coisa que eu queria falar... – Desviei o olhar completamente nervoso.
- Sobre? – Andou até o guarda roupa e começou a procurar por algo lá, depois de um tempo se virou para mim e arqueou a sobrancelha. Merda.
- Ah, é... é sobre nós. – Suspirei, eu estava a ponto de um colapso. Tobio suspirou alto e fechou a porta do guarda roupa.
- Eu já falei que não vamos namorar, Hinata. – Ele estava sério. Senti um aperto no peito, aquela não era a primeira vez que ouvia aquilo, mas seria a última.
- Exato. E como eu sei muito bem disso, bom... é... – Respirei fundo. – É melhor pararmos por aqui.
- Oi?
- Isso que nós temos, é melhor acabar aqui, tá legal?
- Mas... como assim, Shoyo? Eu fiz alguma coisa de errado que você não gostou? Eu te machuquei ou fui muito bruto? Me fale. – Ele tinha andado rápido em minha direção e agora me olhava preocupado segurando meu rosto com as duas mãos.
Arregalei os olhos. Merda. Merda. Merda. Maldito Kageyama Tobio e sua síndrome de ser perfeito sem nem mesmo perceber. Meu coração estava acelerado – e derretido – com sua demonstração de preocupação, quase poderia ceder. Quase.
- Não, não, claro que não. – Sai de seu aconchego para respirar melhor. – Você foi bom como sempre.
- Então o q-
- Eu conheci alguém. – Falei rápido vendo-o ficar em silêncio. – Eu conheci alguém e estou começando a gostar dessa pessoa. – Dei um passo para trás. – E acho que essa pessoa me corresponde, então, meio que não faz muito sentido continuar com... isso. – Falei baixinho apontando para nós dois sentindo um bolo se formar em minha garganta. Engoli, tinha que ser forte.
- Ah... – Ele somente me encarava. Que Droga Tobio, como queria que você tivesse um ataque de ciúmes. – Então... é isso. – Desviou o olhar. – Bem, acho que você tá certo. – Voltou a me olhar e tinha um sorriso fraco nos lábios. – Ele te faz bem, Shoyo?
Pude sentir meus olhos querendo lacrimejar. Mordi o lábio inferior com força e sorri.
- Faz sim... Kenma me faz muito bem.
- Kenma...
Então o ambiente caiu num silêncio estranho. Eu olhava para tudo, menos para o homem parado em minha frente, sabia que se eu fizesse isso, e com certeza voltaria atrás.
- Eu tenho que ir. – Precisava ir. – Até qualquer dia, Tobio. – Seu nome saiu tão baixo que por um momento me questionei se ele havia me escutado. Me apressei em sair daquele lugar, estava sufocante. Desci as escadas rapidamente, apanhei a mochila e o celular que tinha trazido comigo e estava quase alcançando a porta quando ouço sua voz me chamar.
Virei-me e ele terminava de descer as escadas tomando cuidado para a toalha não cair.
- Me deixe te levar até em casa, já está tarde.
- São nove meia.
- Sim, mas por esses arredores é mais peri-
- Por favor, Kageyama, para.
- Mas-
- Eu sei me cuidar, e além do mais, estamos cortando relações, é melhor que eu me vire agora. – Olhei bem em seus olhos e sorri, fui até a porta o mais rápido que pude para não lhe dar a chance de retrucar. – Adeus. – Sai daquele apartamento praticamente correndo, somente quando já estava no elevador que consegui respirar melhor.
Ok. Respira. Está tudo bem. Você vai ficar bem. O elevador apitou.
Passei as mãos nos cabelos ajeitando-os no espelho, sai na portaria e me apressei em sair fora daquele prédio e tomar meu rumo. Rumei até o ponto de ônibus mais próximo e me sentei no banco, sabia que a esse horário passava a linha que precisava pegar, então não me desesperei muito, apenas me concentrei em digerir os últimos acontecimentos. Depois de alguns minutos um grupo de mulheres se juntaram a mim no ponto, senti meu celular vibrar, olhei para os lados então peguei-o.
E então?
Sorri com a mensagem.
Fui corajoso.
Não precisava de mais nada para ele ter a confirmação que queria saber.
...
Abri a porta de minha casa e quase chorei de felicidade, eu estava morrendo de fome.
- Lev, cheguei!!
Meu gato de pelos prateados veio ao meu encontro, me abaixei para acariciar os pelos sedosos.
- Está com fome, uh? Porque eu tô morrendo. Vamos comer.
Peguei-o no colo fazendo carinho em suas orelhas, adentrei a cozinha e procurei a ração de gato e despejei em seu potinho. Rapidamente ele foi ao encontro da felicidade. Me virei para os armários me recostando no balcão e suspirei, estava sozinho, eu poderia muito bem me encolher em posição fetal e chorar feito um condenado que ninguém veria, não haveria nenhuma testemunha para me zoar depois, ninguém para contemplar a cena ridícula que seria. No entanto, não valia a pena, eu sabia que era assim que acabaria, não foi nenhuma surpresa, mas ainda assim doeu.
Esfreguei o rosto com as mãos e respirei fundo. Tinha problemas muito mais importantes no trabalho que não permitiam me dar ao luxo de ficar na sofrência. Minha barriga roncou me lembrando do por que eu estar ali, olhei para o gato que se deliciava com sua comida. Eu precisava de algo gorduroso, que enchesse minha barriga e o vazio que eu sentia. Decidi esquentar a pizza congelada no freezer e fazer um bom sanduiche de queijo e presunto com bacon.
Ouvi me celular apitar, mas não dei importância. Me aconcheguei no sofá fofinho com meu prato e copo de refrigerante em mãos, liguei a televisão e chamei Lev para ficar junto a mim.
- O que vamos assistir, Lev? Algum romance fofinho ou algo de terror? – O bichano apenas se concentrava em ficar confortável ao meu lado. – Hum... terror!!
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Obrigada para quem chegou até aqui e até a próxima!!!
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Falsa Felicidade
Fanfiction- Ah, é... é sobre nós. - Suspirei, eu estava a ponto de um colapso. Tobio suspirou alto e fechou a porta do guarda roupa. - Eu já falei que não vamos namorar, Hinata. - Ele estava sério. Senti um aperto no peito, aquela não era a primeira vez que o...