Falsa Felicidade

Capítulo 2

Hello!

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Eu não fazia a menor ideia de a que horas tinha ido para cama, nem como havia chegado até lá, só tinha alguns resquícios de memória que me esclareceram que eu já estava na cama me aconchegando junto a Lev e nada mais, não me recordava nem mesmo se desliguei a televisão.

Havia acordado a pouco por causa dos feixes de luz que batiam em meu rosto, denunciando que me esquecei até de fechar as cortinas da janela. Suspirei sentindo a maciez dos pelos de Lev em meu braço esquerdo, ele ainda dormia confortavelmente ao meu lado. Fechei os olhos novamente sentindo a temperatura esquentar cada vez mais, o que denunciava que o ar condicionado estava desligado, mas pelo menos eu não estava com nenhum lençol por cima, entretanto, as roupas ainda eram as mesmas, eu precisava urgentemente de um banho para acordar e me lavar.

Mas preguiça me dominava, eu não queria levantar, no entanto, eu tinha obrigações a cumprir, apesar de ser domingo. Me sentei na beira da cama me perguntando onde estava meu celular, senti Lev começar a se remexer ao meu lado, provavelmente acordara com minha movimentação. Olhei o relógio no criado mudo e os ponteiros indicavam que eram dez e meia me deixando completamente surpreso, afinal, eu esperava que fosse mais tarde, já que o despertador não estava programado para nenhum horário por ser fim de semana. Escutei o toque do meu celular vindo de debaixo do travesseiro e levantei-o pegando o aparelho.

Atendi soltando em bocejo.

– Finalmente porra! Te mandei um monte de mensagens e nada de tu visualizar.

– Eu estava dormi-

– Não me interessa, só liguei para avisar que vamos almoçar no Elio e que estou quase chegando aí pra te buscar, se apressa.

E desligou.

Maldito.

– Ok, neh... – Ignorei as mensagens não lidas no celular e olhei para meu gato, que estava esticado na cama. – Papai tem muitas coisas para fazer hoje. – O puxei para meu colo, acariciando seus pelos. – Você vai ficar sozinho. – Ele me encarou com aqueles olhos felinos. – Vai sentir minha falta, uh? – Continuou somente me olhando, tenho certeza que se ele pudesse, estaria me mandando parar de frescura. Revirei os olhos para ele e fiz beicinho o abraçando. – Você só vai me dar valor quando eu morrer e não ter ninguém mais para te alimentar.

Ele miou botando as patinhas nas minhas bochechas.

Ignorei completamente o pensamento que se passou na minha cabeça, de que por ele ser um gato, provavelmente morreria antes de mim.

Suspirei.

– Tenho que me arrumar e botar comida pra você, se não o chato Kenma logo aparece por aqui reclamando da gente sem nenhum motivo.

Deixei a bola de pelos no colchão e me apressei em pegar a toalha e correr para o banho.

Parecia que a anos eu não tomava um banho, queria lavar os cabelos ou quem saber fazer uma hidratação, mas não poderia me dar a esse luxo, o tempo estava passando. É melhor eu fazer mais tarde quando chegar em casa.

Assim que terminei o banho, sai do banheiro e vi Lev brincando com a bolinha verde que eu havia comprado para ele no último natal. Ignorei ele tentando destruí-la e fui até o guarda roupa, mas o som de batidas na porta me fez estancar no meio do caminho.

O maldito já tinha chegado!

Sai do quarto e fui em direção a porta de entrada, abri-a encontrando a peste com aquela expressão entediada de sempre. De relance pude ver seu carro estacionado na minha calçada.