•𝐶ℎ𝑎𝑝𝑖𝑡𝑟𝑒 𝑄𝑢𝑎𝑡𝑟𝑒•

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— Você nunca me disse seu nome – Digo depois do garçom se retirar.

— Me chamo Joseph e você? – Me rebate a pergunta.

— Haylee, mas pode me chamar de Lee, como as pessoas costumam me chamar – Digo e ele concorda.

— Então Lee, você mora sozinha a quanto tempo? – Me pergunta ele e fico meio tensa.

— Mais ou menos à quatro anos – Digo na defensiva.

— Você não se sente confortável com esse assunto, mas não se preocupe que não irei lhe perguntar o motivo para você tomar tal atitude ainda tão nova – Diz ele e como que ele sabe eu não sei, o que sei é que fiquei extremamente aliviada.

Me lembrar das coisas que passei enquanto morava sobre o mesmo teto que aquelas pessoas, não são lembranças boas, são muito desagradáveis e não gosto muito de falar sobre.

— Você faz faculdade de que? – Pergunto curiosa.

— Administração, estou no meu penúltimo ano e se tudo der certo, anos que vem irei me formar e então irei ajudar o meu pai, para ele ter mais tempo em casa, o homem é muito ocupado – Diz ele logo depois do garçom servir o nosso jantar — Aquele dia que nos viu juntos, foi um sufoco para o tirar da loja, ele é o workaholic de primeira.

— Ele trabalha com o que? – A curiosidade ainda vai me matar um dia.

— Jóias, minha mãe as desenhas e na sua loja eles a fazem – Diz ele comendo tranquilamente o seu macarrão.

— Ele deve ser um homem ocupado mesmo, trabalhar com isso não deve ser fácil – Sei disso porque Margot é estilista e isso a sugava muito tempo, imagina ser dono de uma loja de jóias.

— Sim, por isso queria dar um pouco de descanso a ele, mas o próximo anos assim que terminar a minha faculdade irei o ajudar com tudo – Concordo e começamos a comer antes que a comida esfriasse.

[.....]

— Que tal um sorvete? – Concordo animada, faz tempo que não aprecio um bom sorvete, pois como trabalho durante o dia todo e saio do trabalho um pouco tarde, tenho medo de andar sozinha a noite, então depois que chego em casa não saio para mais nada.

— Quero de morango – Digo um pouco alto para ele escutar.

Fico a sua espera até que o vejo ao longe, vim com dois sorvetes de morangos nas mãos.

— Como não sabia o que pedir, fiz o mesmo pedido que o seu – Diz ele ao me entregar o sorvete.

— Não poderei nem roubar sorvete de você – Escuto a sua gargalhada.

— Se quiser posso ir pedir outro – Nego e começo a comer.

Ficamos em silêncio aproveitando a presença um do outro e o silêncio é confortável, não precisamos dizer em palavras que gostamos de estar na presença um do outro, o simples silêncio já diz tudo que nossas bocas tem medo em dizer.

— Eu pensei que você não iria aceitar sair comigo – Diz ele cortando o breve silêncio que estávamos.

— Por que não? – Pergunto confusa.

— Não sei, por que uma garota tão bonita iria aceitar sair comigo? Era isso que eu me perguntava todas vezes que pensei em pedir para sair com a minha humilde pessoa – Diz ele e começo a sorrir.

Nossos pensamentos embora fossem diferente, era muito parecidos e isso é engraçado.

— Eu acho você muita areia para o meu caminhãozinho – Digo brincalhona.

— Você se olhou no espelho hoje, certo? – Concordo — Então viu a linda mulher que é, quem é muita areia para o meu caminhãozinho é você Lee, não o contrário – Minhas bochechas queima em vergonha pelas palavras direcionadas a mim.

Saber que ele me acha linda da uma sensação gostosa no estômago.

— Não é assim também, você é lindo – Digo e o vejo sorrir maroto com a minha fala.

— Você me acha lindo? – Pergunta com um ar predador nós rondando.

— Acho, muito lindo e abusado – Dou um peteleco em sua cabeça.

— Au! Femme Agressive – Começo a sorrir da sua cara de desgosto. (Mulher Agressiva)

— Você mereceu, tá muito safado para um primeiro encontro, no próximo já sento a mão na cara – Digo vendo sua face ficar apavorada.

— Nada disso, você tem a mão pesada demais para um pessoa aparentemente tão delicada – Diz ele extremamente rápido.

— As aparências enganam mocinho – Digo com um sorriso doce nós lábios.

— Então quer dizer que teremos um segundo encontro? – Fico sem saber o que falar, já que soltei as palavras na hora da euforia.

— Quem sabe, se você se comportar e for um bom menino, então sim teremos um segundo encontro, dessa vez iremos jantar em minha casa, com tudo feito pelas minhas lindas e delicadas mãozinhas – Digo sorridente.

Rien de délicat, très lourd, oui! – Diz em tom desgostoso. (Nada delicada, muito pesada isso sim!)

Fico olhando para as pessoas que passam em nossa frente e fico perdida em pensamentos.

Será que esse encontro irá resultar em algo um dia?

Porque se resultar eu serei um pessoa bem feliz, o pouco que conheço dele já me cativou e espero que continue assim, não irei aguentar outra decepção igual tive com os meus pais e Olívia e seu namorado.

Ficamos conversando amenidades até que dá a minha hora.

— Joseph, eu preciso ir, amanhã pego cedo no trabalho e essa hora já era para mim estar dormindo – Digo me levantando.

O vejo se levantar também e arrumar as suas coisas que estavam espalhadas pela mesa.

— Vamos, lhe acompanho até a porta de casa – Diz ele estendendo a mão para que pegasse.

— Não precis.. – Não concluo a minha frase.

— Eu insisto, lhe busquei em casa e lhe deixarei nela, sã e salva como deve ser – Diz e concordo.

Começamos a caminhar calmamente, com meu braço entrelaçado ao seu e a sensação até que é calorosa.

— Está com frio? – Afirmo com a cabeça — Tome – Me estende seu casaco para que eu coloque, aceito de bom grado, pois realmente estava fazendo frio e como sou uma pessoa muito fácil de adoecer, provavelmente amanhã amanheceria espirrando ou com a garganta doendo.

Coloco o seu casaco inalando o seu cheiro másculo, sentindo todos os meus pelinhos ficarem em pé, como se sentir aquele cheiro os agradecem e muito.

— Obrigado por me acompanhar Joseph – Digo ao abrir a porta.

— Não fiz mais que minha obrigação – Diz ele acariciando o meu rosto.

Retiro o casaco e o vejo negar.

— Fique com ele, só assim terei motivos para a vim lhe visitar em breve – Diz ele travesso.

Me aproximo de seu corpo de depósito um pequeno selar em seus lábios.

— Até mais – Digo envergonhada ao entrar e fechar a porta em seguida.

Não sei que impulso foi esse de beija-lo, mas sentir seus lábios mesmo que por míseros segundos nos meus foi bom, muito bom.

No fim das contas o dia não foi nada desagradável, tirando a parte que vi aquele ser humano.

SON ESSENCE (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora