•𝐶ℎ𝑎𝑝𝑖𝑡𝑟𝑒 𝑇𝑟𝑜𝑖𝑠•

4.7K 429 115
                                    

— Olá, o que vai querer hoje? – Pergunto ao rapaz que passou a frequentar o restaurante nas últimas 3 semanas.

Desde a primeira vez que o vi, que ele se tornou cliente assíduo do restaurante e não aceita que outra pessoa o atenda além de mim e isso é no mínimo estranho.

Ele sempre fala alguma coisa na sua língua nativa, que depois de muita coragem lhe perguntei e fui prontamente respondida, francês essa é a língua que ele fala.

— Bolo com cobertura de maracujá e um guaraná Mon Petit – Diz ele e estremeço ao ouvir sua boca proferir o apelido que me direcionou. (Minha Pequena)

De tanto ouvi-lo me chamar assim, não aguentei a curiosidade e fui pesquisar, não conheço nada da língua francesa e quando descobrir que Mon Petit é minha pequena fiquei maravilhada e ouvir seus lábios proferir tais palavras me causa um verdadeiro remexer no estômago.

[.....]

Saio do meu turno que se perdura pelo dia, já que só faço trabalhar e vou caminhando calmamente durante o início da noite até o quartinho onde moro.

Desde aquele dia que meus pais foram até onde moro, que não os vejo e isso é um verdadeiro alívio para mim, mas isso não quer dizer que não tenho notícias deles e a última notícia que tive foi deverás ruim.

Eles foram visto conversando com a Olívia e seu noivo Taylor em um restaurante a poucos metros de onde trabalho, não sei o que faziam junto, mas eu não tenho um pingo de curiosidade em saber o que eles compactuavam.

Continuo vivendo a minha vida sem eles e vou continuar vivendo, até porque vivo só a muitos anos, mesmo vivendo sobre o tetos deles.

[.....]

Acordo com uma sensação desgostosa no peito e sei que o dia não será agradável.

Tomo um banho pronta para um novo dia e me arrumo para o trabalho.

Assim que avisto o restaurante, avisto também um ser para lá de indesejável.

— Não acredito – Digo ao ver Olívia em minha frente.

Não acredito que ela veio até o meu trabalho me atrapalhar.

— Preciso conversar com você – Diz ela no seu papel de boa moça.

— Sabe que não temos o que conversar a muitos anos – Digo virando as costas para si e pronta para entra no restaurante.

— Eu preciso de dinheiro e nossos pais estão com raiva de mim.. – A interrompo e falo.

— Seus pais e o problema é todo seu, não tenho nada haver com isso e não irei lhe ajudar com nada – Digo para vê se ela entende.

— O Taylor está planejando algo contra eles se não quiserem colaborarem em dar algum dinheiro a nós – Diz ela e sei que está mentindo, só não sei qual joguinho ela quer me enfiar.

— Já disse, não tenho nada haver com isso e por mim vocês dois podem depenar eles que eu ainda não irei querer saber de nada, já disse uma vez e vou repetir, eu sou órfã de mãe e pai, não quero saber de nada que me liguem a eles e você é a última pessoa na face da terra que tem direito de me pedir algo, se o seu namoradinho fizer algo a seus pais o problema é de vocês e não meu, então passar bem e espero que não venha me incomodar mais uma vez no meu ambiente de trabalho – Digo a vendo mostrar uma expressão desgostosa.

Não sei o que a fez vim até mim para pedir ajuda, ajuda essa que eu nunca iria dar, mas de uma coisa eu sei, é que eu quero distância dessas pessoas principalmente da Olívia e seus pais, pessoas assim não acrescentam em nada nas nossas vidas.

[.....]

Sortir avec moi – Diz ele e eu fico lhe olhando com cara de tacho. (Saia Comigo)

— Poderia falar a minha língua? – O pergunto e vejo o momento que ele sorrir com seus dentes todos brancos e certinhos.

Sorriso de dar inveja em qualquer pessoa que usa aparelho.

— Saia comigo hoje? – Pergunta ele com sua voz rouquinha.

Sinto as minhas bochechas ficarem vermelhas, faz tempo que não saio em um encontro, a última vez que sair em um foi para comemorar meu mês de namoro com o Taylor e faz bastante tempo.

— Não sei, eu só saio do restaurante a noite e não sei se você iria esperar esse tempo todo –Digo tentando me convencer que esse homem n ão é pro meu pequeno caminhãozinho.

— Eu lhe espero sem problema nenhum, estudo durante a manhã e hoje meu professor não pôde ir devido a problemas de saúde, então estou livre para esperar a senhorita – Diz ele todo falante.

— Então eu aceitarei, a noite quando acabar o meu turno, iremos ao meu apartamento e depois sairemos – Ele concorda e volto a fazer a minhas obrigações.

Não sei o que me deu em convidar um pessoa ao meu "apartamento", não sei da onde saiu essa palavra também, aquilo ali não pode ser chamado de apartamento é muito pequeno para isso, mas é muitíssimo aconchegante.

[.....]

— Quantos anos você tem Mon Petit? – Pergunta ela ao caminhamos até onde moro.

— 19 e você, Sr. Francês? – Digo e ele começa a sorrir.

Sorriso maroto e lindo.

— 21 moça pequena – Diz ele caçoando da minha altura.

— Quando você fala nessa língua, me sinto insultada, mas quando você fala isso na língua francesa, acho deverás bonito – Digo e abro a porta do quartinho que moro.

— Lugar aconchegante – Diz ele se deitando em meu sofá.

— Folgado! – Digo dando um tapa em seu pé.

— Sempre fui Petit, você que nunca teve o prazer de ver isso antes – Diz ele todo engraçadinho.

— Abusado, vou me arrumar para sairmos – Digo e escuto um "Vous n'aurez pas besoin de grand chose, vous êtes déjà belle", que por sinal não entendi nada. (Você não vai precisar de muito, você já é linda)

Tomo um banho e coloco uma roupa que foi comprada a pouco tempo, depois de tudo isso passo uma leve maquiagem no rosto e perfume.

Estou pronta para meu encontro!

— Vamos? – Digo ao chegar na sala e vê-lo mexer em seu celular.

O vejo me olhar estático.

Magnifique – Diz ele com os olhos brilhando. (Magnífica)

Essa palavra não é tão difícil de entender e não vou mentir, fiquei muito satisfeita em saber que ele gostou de como estou.

SON ESSENCE (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora