Perdida na minha cabeça. Pensamentos inoportunos desorientavam-me e a perceção de onde pairavam os meus olhos era ilusória. Finalmente acordei em mim e reparei que, durante todo este tempo, a minha vista compreendia a copa de uma grande árvore que aparentava ser um pinheiro manso.
Suspirei, elevando as minhas costas e debruçando-me sobre as minhas pernas. O sol pousava lentamente, atrás do banco de jardim à minha frente. Lembrava os últimos dois anos, quando a vida era mais simples. Já não é mesma coisa, é difícil esquecer todos os sentimentos, mas é fácil deplorar. Assim, afoguei as minhas armaguras, tristezas e desconsolos no bolo que havia trazido comigo. O meu único consolo, pelo menos neste instante.
– 30.03.21
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Contos e Recontos
Short StoryTextos aleatórios, frutos do meu puro aborrecimento, do auge da minha criatividade e inspiração, do desabafo da minha mente. É meramente o que me vai na alma.