Capítulo um

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HELENA 🪻

Se passaram seis meses desde a morte do Coringa, e eu ainda sentia muito falta dele. Todos os dias eu esperava acordar e me virar pro lado e ver ele dormindo do meu lado.

Passei um mês todo muito mal, eu chorava todos os dias, eu chorava até me cansar e acabar dormindo. E toda vez que dormia acordava tendo pesadelos horríveis com a morte do Luan, nos meus pesadelos ele sempre aparecia todo ensanguentado dizendo que não me amava e me culpando pela sua morte.

Digão ficou muito preocupado comigo e com o bebê, então me levou no médico que me diagnosticou com estresse pós traumático, ele disse que eu precisava de tratamento psicológico e que isso iria me ajudar. Depois que comecei a frequentar o psicólogo eu melhorei muito, eu finalmente consegui dormir bem e já não tinha aqueles pesadelos horríveis.

Semanas depois comecei a fazer o pré-natal pra acompanhar o desenvolvimento do meu bebê. E no primeiro ultrassom eu me emocionei muito, é uma emoção que não da descrever só de saber que tinha um serumaninho crescendo dentro de mim já me enchia de felicidade.

Meus dois pais viraram avós babões e olha que o neném ainda nem tinha nascido. E por incrível que pareça os dois se dão muito bem, e eu dou glória a Deus por ter dois pais que se preocupam comigo e com o meu filho.

Oi filha! – fala sentando do meu lado.

Ah, lembrou que tem filha? – fala irônica enquanto mexo no meu celular. ㅡ A que devo a honra de ter sua visita?

Para de drama Helena, vim te dá o papo, tu precisa vazar daqui! – falou em tom sério.

Como assim!? Porque isso tão de repente? – franzi a testa.

Os zomi vão subir o morro.

Mas, eu já tô acostumada com isso! – dei de ombros.

Hoje é diferente, tu já no final da gravidez tô pensando no meu neto. Arruma teus bagui aí, bora. – falou apressado.

Hoje eu completava as minhas 40 semanas de gestação cravadas, a minha doula falou que não passava desssa semana. Não vejo a hora do meu bebê nascer, eu tô super ansiosa pra ver o rostinho dele quero saber que ele parece comigo ou com o pai.

Que saco! – rolei os olhos me levantado do sofá. Fui pro meu quarto, peguei uma mochila, coloquei minhas coisas, e mandei mensagem pra Kaylane avisando que ia dormir por lá.

Os comércios do morro já estavam todos fechados, todo mundo escondido, só esperando acabar, o que ainda nem tinha começado. Chegamos em frente a casa da Kaylane em menos de 5 minutos, quando eu desci da moto ela já estava em frente ao portão me esperando.

Oi! – falou beijando meu rosto.

Oi diva! – sorri e me virei pro Digão. ㅡTchau, e se cuida!

Tchau. – fala acelerando a moto e eu entro na casa da Kaylane.

Pelo visto o negócio vai ser sério! - fala revirando os olhos. ㅡ Espero que não aconteça nada com o meu corno.

A Kaylane é a fiel/namorada do Petra, depois da morte do Coringa o comando do morro foi passado pro Petra.

E quando não é! – neguei.

Amiga, já pensou se teu cria dá a louca e revolve nascer hoje? – falou alisando minha barriga.

Vira essa boca pra lá! ㅡ bati na madeira. ㅡ E o Petra?

Na boca, pra variar. Menina agora ele cismou que ele quer um filho, acredita nisso? – começou a contar a história. ㅡ E pra piorar a história, ontem ele deu a louca e disse que estava grávida e me fez fazer um teste de gravidez pra provar que não tava. – eu dei risada negando.

Não acredito. ㅡ dei risada e me sentei no sofá.

Não rir, é sério! Tô ficando doida já com esse assunto.

Ué, é só falar que não quer um filho agora!

Eu já disse, mas quem disse que aquele babaca me escuta.- se jogou no sofá e ficamos conversando sobre várias coisas.

Tomei um banho quentinho e passei meus cremes, desodorante e vesti um pijama confortável e prendi meu cabelo. Depois que a Kay tomou banho, assamos duas pizzas e ficamos vendo filme.

Começou! – murmurou, o tiroteio começou por volta da 21:30. Por mais que isso tenha virado algo normal pra nós, sempre dá medo.

Que Deus nos proteja! – a cada instante o tiroteio ficava mais intenso.

Porra, mana! Sei que tá com medo, mas nem é pra tanto. – falou alto se levantando.

O que foi? – perguntei assustada.

Você tá fazendo xixi na cama! ㅡ apontou pra cama e olhei em volta da mesma que estava toda molhada.

A minha bolsa tinha acabado de estourar, ele podia nascer a qualquer hora. Mas porque agora? Num meio de uma invasão.

A Cor Dos Teus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora