A Maldita primavera de Harry castro

Lembranças ruins de Harry Castro

23 de setembro de 1996, Manhã de primavera, inevitavelmente a essência suave das tulipas e hortênsias que vinha do jardim, invadia minha casa, esse aroma das flores tão agradável e tão malvado ao mesmo tempo, doce aroma, me trazes tantas recordações do meu passado com minha ex-mulher, o passado que desejo olvidar, por tantos equívocos que influenciaram o fim do meu casamento com Emanuelle, minha doce Emanuelle que foi uma excelente esposa para um homem que sempre se comportava como menino imaturo, e não estava preparado para ter uma grande mulher como Emanuelle.A cada dia as lembranças de Emanuelle me entristece e me vejo depressivo, se estou assim hoje, é por minha culpa, erros que cometi, erros que não posso reparar. Já são 8 anos, 8 anos sem dormir ao lado de Emanuelle, 8 anos sem vê-la pela manhã, sem sentir seu doce perfume, tão doce e suave quanto as flores, 8 anos sem tocá-la, sem senti-la. Sinto falta de ouvir suas poesias todas as noites antes de adormecer, hoje leio as mesmas e a cada verso, me recordo de você, Emanuelle, de você lendo para mim, jamais imaginei que sentiria tanto assim sua falta. Hoje a ausência de Emanuelle em minha vida é um grande vazio, nada nem ninguém pode preenchê-lo, não soube dar valor à ela, à companhia, tive que perdê-la para descobrir seu valor, para descobrir que a amo, nada do que eu faça irá trazê-la de volta, saber que ela foi embora com o coração partido, me destrói, e me faz enxergar a pessoa que eu era, uma pessoa sem amor, fico me perguntando, porque ela se apaixonou por mim, o que viu em mim, se eu era um canalha que não demonstrava amor nenhum.