❥︎ 𝚙𝚜𝚒𝚌𝚘́𝚕𝚘𝚐𝚘

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Jimin estranhou, mas ao olhar de relance e perceber a voz rouca, mas não tão grossa em sua direção, logo deduziu que era ele. O homem de uma madrugada atrás.

As olheiras gritantes decretavam uma noite mal dormida, mas a pele aveludada do moreno e a pequena pinta embaixo dos lábios fizeram Park perceber que ele realmente era bonito, talvez até pudesse ser modelo, pensou também.

Já o outro, ainda um pouco com a visão turva da noite passada, confirmou que o baixinho tinha também uma aparência encantadora, e ele podia jurar que era da garrafa de vodka, mas quando gaguejou para agradecer, foi porque a timidez invadiu seu peito de uma forma inexplicável.

As roupas do moreno totalmente pretas contrastavam o branco de sua pele fina, e o olhar cansado admitia que ele realmente não estava bem, mas logo que um singelo sorriso apareceu em seu rosto delicado, Jimin sentiu-se mais uma vez grato por ter ajudado de qualquer forma.
Mal tinha ideia do ocorrido, nem muito menos conhecia o rapaz, contudo, só de saber que seus conselhos bêbados foram eficientes, seu peito alegrou-se de qualquer forma.

O fato era que Jimin era sensível demais, e ele mesmo julgava-se assim. E não é porque ele sempre chora ao ver filmes românticos, mas sim pela razão de sempre -sempre- acabar sugando a energia das pessoas, sendo elas boas ou não.

Não sabia ser menos intenso com nada, nem com ninguém, e essa característica já o fez muito contente, porém muito frustrado também.

"Não podemos querer que as pessoas ajam da mesma forma que nós, biscoito." Park lembrava sempre da frase de sua amada mãe, e de seu apelido mais carinhosamente escolhido por ela para demonstrar o amor de Park por bolachas. De qualquer forma ela estava mais do que certa, e por isso essas palavras sempre o atentem dia pós dia ao vivenciar qualquer desilusão.

Jimin sempre fazia tudo, por todos.

Porém, ele não fazia ideia de como aquelas palavras tinham sido importantes para o mais alto.

-Não foi nada... Mas você está realmente bem? –Perguntou, direcionando-se até o olhar do outro, que em seguida encarou o chão um pouco sem jeito com o encontro inesperado.

-Cara, a única coisa que eu não estou é bem. –Sorriu com sua própria frustração, e seu rosto aos poucos perdia o simples entortar de lábios alegre que ele emitiu diante de sua insignificância.

-Eu posso ouvir sem te julgar, se quiser. –Jimin propôs inesperadamente. –O que quer que seja, tem solução.

E ali estava ele sendo mais uma vez gentil com pessoas que nem faz ideia de quem são.

Park também poderia ser psicólogo, se não amasse fotografia.

Mal havia conhecido o cara de roupas pretas, mas de longe sentiu que ele precisava de um ombro amigo, e sua voz interior gritou outra e outra e outra vez.

-Quer saber? Não tenho nada a perder mesmo... Não mais. –Lamentou, mas novamente tentando dar um sorriso tristonho.

-Então podemos nos sentar de novo, e eu te pago um alguma coisa. Seu fígado e estômago vão agradecer, eu garanto. –Jimin riu, arrancando um suspiro pesado do outro que apenas respondeu com um "certo", antes dos dois entrarem novamente na conveniência e sentarem em qualquer mesa dali, despertando o olhar do atendente com surpresa.

-Bem, eu trouxe leite de banana. Não se se você gosta mas é melhor que tome algo bom pela manhã. –Park disse, depois de buscar a bebida para o maior.

-Eu amo leite de banana. –Foi só isso que ele respondeu, enquanto o outro simplesmente deu um enorme sorriso automaticamente. Por que Jimin tinha que mostrar animação às oito da manhã? –Você não vai comer nada?

O garoto que era bom em tudo | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora