Até Você Voltar - Yizhan

Capítulo Único

Oi GENTE. Sei que estou um pouco sumida daqui. Mas infelizmente, muitos contratempos estão aparecendo e minha criatividade não está sendo uma das melhores.
Mas, mesmo com essas dificuldades, estou tentando voltar aos poucos. E escrever para participar BJYXmonth, foi um incentivo para que eu, depois de 3 meses, voltasse a abrir o docs.
E nos 45 minutos do segundo tempo, a tartaruga que vos fala, conseguiu participar desse evento.
Espero que gostem.

Boa leitura 💕

(...)

"Porra! Dois fodidos anos tinham se passado!"

A cada novo shot daquela bebida — que o moreno virava sem ao menos saber o nome ou muito menos sentir o gosto — era este o pensamento que passava constantemente em sua mente. Além de, claro, as malditas lembranças  dele. Do nós que hoje não mais existia.

E isto queimava bem mais que o líquido ardente que descia por sua garganta e adormecia o seu peito em uma letargia alcoólica que — por mais que Yibo desejasse ou fosse o seu intuito inicial, ao começar aquela noite de bebedeira — não adormecia a sua mente ou coração. Pelo contrário, pontecializava todos os desejos que ele gritara aos quatro ventos não mais sentir, mas que, por dentro, sabia que era uma parte inexorável de si. Tornando todas as suas ações de deixar ele no passado em que deveria estar, em uma mera tentativa vã.

E, acreditem, de todas as formas imagináveis, Yibo tentou!

Todavia, amá-lo foi um salto e a queda não era algo que Yibo podia parar. Mesmo que agora o impacto contra o chão fosse doloroso, a lembrança de flutuar nos braços dele era inesquecível. Imutável.

— Inferno! — Yibo resmungou alto, porém sua voz, que tinha um misto de dor, saudades e raiva em seu timbre, fora perdida entre os sons daquela boate lotada, que o prometia felicidade líquida demais para os seus desejos. E isso o fazia voltar para as lembranças dele; daquela ligação incomum que sentiu desde o início; reconhecimento, reencontro, pertencimento!

E olhe que Yibo era cínico e cético a respeito de todas as lendas sobre o amor, mas ele, ele era  seu pra sempre. E, mesmo separados, ele ainda continuava a ser. E no fundo, por trás de toda a raiva e mágoa, ele também sabia que era o “pra sempre” do outro... Yibo apenas não era a sua prioridade.

— Vá embora, você disse que era o fim. — gritou para os fantasmas de sua mente. — V-você disse… — falou em tom de derrota, ao ver as imagens dele cada vez mais nítidas.

"Bo-di! Você ainda está acordado?"

O sorriso, aquele gentil que pegou Yibo de jeito desde a primeira vez que o viu, voltou à sua mente — assim como a voz melódica dele — como se ele estivesse ali, a poucos passos do seu toque. Yibo podia até sentir o cheiro doce dele e o calor de sua pele. E logo toda aquela ilusão o tomou por completo e o que Wang Yibo via em sua frente não era mais a boate escura e esfumaçada, mas, sim, a imagem limpa do apartamento bagunçado que dividiu, por anos, com ele.

Foi inevitável que o seu coração palpitasse em leve arritmia, eram as suas reações padrões a ele em cada momento que compartilhavam,  mas, principalmente, quando o sorriso alheio estava estampado nos lábios finos e rosados, assim como em seus olhos castanhos escuros, que sempre acompanhavam, com primor, o sentimento que fazia os lábios dele se curvarem em contentamento.

"Eu disse", a voz — que por Yibo estar perdido naquela alucinação induzida pelo álcool, saudades ou um misto dos dois — continuou a soar alta na mente do moreno, ofuscando qualquer barulho da realidade destoante em que estava. E logo as ações  dele, do cara que agora nem conseguia dizer o nome, se estendiam em sua mente como um filme. E ele — em toda a sua glória de roupas pretas e botas pesadas — largava a guitarra, — sua primeira paixão e fiel escudeira — ao lado do skate desgastado que pertencia a Yibo  e corria até o sofá, deitando-se sobre o corpo aquecido do menor, aspirando o cheiro de seu pescoço e suspirando em apreciação, fazendo Yibo — tanto daquela ilusão, quanto o real — se arrepiar com a memória do seu toque.