Verdades

193 13 3
                                    

*POV Larissa

A multidão começou a se juntar ao redor do palco rapidamente ao notarem a movimentação da produção responsável pelo suposto show da Anitta. Eu não era lá a maior fã da cantora, mas ei, música é música, eu acho. E só Deus sabe como eu precisava de um pouco de diversão.

Bom, Deus e a colônia de cabelos soltos que caíram por causa do estresse e agora estão acumulando no ralo do meu chuveiro.

Eu e Mel andamos por um tempo até acharmos um lugar que parecia ideal para assistir ao show. O problema é que o show que eu estava prestes a assistir não era exatamente o que eu estava esperando.

Logo toda a audiência começou a notar a turbulência que acontecia no palco. Eu não conseguia ver direito o que acontecia, só ouvia alguns funcionários brigando com alguém e o barulho do estande do microfone sendo arrastado de maneira desleixada pelo palco de madeira. E foi aí que meu queixo caiu e bateu no meu pé.

-Larissa Manoela!!!

Era ela mesma, mas quase não reconheci.

Maísa Silva.

Seu cabelo cacheado estava todo embolado e caindo no seus olhos, borrados de rímel e lápis de olho. Sua roupa antes limpinha e arrumada agora estava amarrotada e cheia de manchas de... algo. Ela tava com um copo de whisky cheio na mão, mas algo me dizia que esse não era o mesmo que eu tinha visto mais cedo.

Eu estava tentando raciocinar tudo, e tentei me esconder na multidão. Mas ela me achou mais rápido.

-É com você mesmo que eu tô falando, ô testa de marquise! Cabeça de caixa d'água!

Por Deus.

Eu acho que não vejo alguém tão bêbado assim desde o dia que Mel resolveu brincar de eu nunca com a minha prima de 7 anos.

-Eu tô de saco cheio de você implicando comigo por qualquer coisa! Então eu resolvi vir aqui falar umas verdades!

Pelo amor de Deus alguém tira o microfone da mão dessa garota. Eu não sei se sinto mais vergonha por mim ou por ela. Bom, considerando que ela parece estar segurando o vômito, acho que não eu.

-Você é a mais chata, mesquinha... metida a besta que eu já vi...na vida!

Ela continuou dizendo insultos dignos de uma criança de creche entre soluços por aproximadamente dois minutos quando eu resolvi dar um basta na situação. Não podia deixar ela continuar se envergonhando -Me envergonhando- por mais tempo.

Subi no palco pela escada que havia na lateral do mesmo enquanto sentia o olhar de todos na plateia queimando nas minhas costas. Bom, todos menos de Mel, que parecia se divertir com a situação toda.

-Olha só quem apareceu! O que... você vai fazer...me sequestrar...?

-Vamos Maísa, já chega disso.

Cheguei perto da menina e tentei tirar o microfone da mão dela, mas fui impedida por um empurrão da mesma.

-Você não pode me silenciar, Larissa! Não vou mais deixar!

-Me dá logo essa- outro tapa- essa merda, Maísa!

Depois de muita resistência, eu finalmente dei um puxão forte o suficiente para tirar o microfone de sua mão, mas logo minha visão ficou toda preta. Caí no chão e logo levei as mãos para a região onde doía como inferno.

-Você- você socou o meu nariz?!

-Bem feito, sua ruiva de farmácia!

Porra, que mãozinha pesada essa menina tinha! Meu nariz começou a sangrar e eu tinha quase certeza que estava quebrado. Eu fiquei tão nervosa que não tava nem aí se ela estava bêbada ou não, eu ia acabar com a raça dessa desgraçada.

Maísa E Larissa Manoela Caem No Soco Onde histórias criam vida. Descubra agora