livro A maldição do tigre 3- A VIAGEM DO TIGRE

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— Chega, Ren. Estou falando sério. Leia meus lábios! Eu quero ficar com Kishan. Não com você.

Os olhos dele se estreitaram, mas então brilharam com malícia.

— Achei que você nunca fosse pedir.

De repente, ele me agarrou. Com uma das mãos espalmada nas minhas costas e a outra no meu cabelo, ele firmou minha cabeça e esmagou minha boca com a dele. Nossos corpos grudaram feito dois ímãs. Uma onda violenta de calor tomou conta de mim. Eu poderia jurar que estava me afogando e que ele era minha boia salva-vidas. Eu estava desesperada para me unir a ele, para me tornar parte dele. Seu toque era tão familiar... e, no entanto, novo. Ele era como o mar, tão vasto, tão cheio de vida... Tão essencial ao meu mundo.

Meus braços desceram para seu pescoço e o seguraram enquanto ele deslizava as mãos para cima e para baixo nas minhas costas e me puxava para mais perto. Um braço prendeu minha cintura e o outro segurou o meio das minhas costas. Ele me beijou loucamente, me subjugando como se fosse uma onda gigantesca quebrando sobre mim. Eu logo me perdi em seu abraço selvagem e, mesmo assim... sabia que estava a salvo. Seu beijo me guiou, me empurrou, me fez perguntas que eu não estava disposta a considerar.

Mas eu era adorada por este Poseidon obscuro, e apesar de ele ter o poder de me esmagar completamente, de me afogar nas profundezas púrpura de seu rastro, ele me mantinha na superfície. Seu beijo passional mudou. Ficou mais suave, delicado e suplicante. Juntos, fomos à deriva na direção de um porto seguro. O deus do mar me colocou em segurança na areia de uma praia e me firmou enquanto eu tremia.

Formigamentos efervescentes dispararam pelos meus braços e pernas, deleitando-me com arroubos de uma sensação faiscante, como os dedos dos pés cheios de areia tocados por ondas borbulhantes. Finalmente, as ondas se afastaram e eu senti meu Poseidon me observar de longe.

Nós nos entreolhamos, cientes de que aquela experiência nos tinha transformado para sempre. Sabíamos que eu sempre pertenceria ao mar e que eu nunca seria capaz de me separar dele e voltar a ser inteira.

Ele roçou o polegar no meu rosto, me tocando com delicadeza. Uma parte de mim berrava que precisava dele, que meu lugar era com ele, que eu não podia negar isso. Mas outra parte se sentia culpada, lembrava que havia outro que me amava, que se preocupava comigo, que iria se magoar.

E eu tinha feito uma promessa a ele. Dei um passo para trás e me afastei da presença arrebatadora de Ren para poder me livrar da reação que eu tinha a ele. Não deu certo, mas prendi a respiração e assumi a determinação de seguir meu caminho.

— Hum — ele passou os dedos da minha têmpora para a bochecha e depois para a boca, tocando de leve no lábio inferior. — Muito interessante.

Com um suspiro, perguntei:

— O que é interessante?

— Apesar dos seus protestos, eu diria que os seus lábios com toda a certeza me... desejam.

Soltei um grito de frustração, mais com a minha própria fraqueza do que com ele, empurrei-o para o lado e limpei os lábios com as costas da mão.

— Kelsey.

— Não — ergui a mão. — Não dá, Ren. Eu não posso fazer isso. Não sou esse tipo de pessoa. Eu não posso mais ficar com você assim.

— Kelsey, por favor...

— Não!

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Eu dedico esse capítulo a @Gabbecarruchets acho que o user ta errado Mais a minha maninha (de consideração) Sabe que é ela. Bom Gaby você pediu essa parte e ai está.  Bjo

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