Péssima decisão

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Lorraine Martinez, uma garota normal, de 14 anos, dos cabelos longos e negros, olhos mais azuis que a imensidão do mar e branca como uma boneca de porcelana. É o que todos veêm superficialmente.

Mas para mim, sou Lorra, assim chamada pelas minhas melhores amigas, Steffane Bennet e Natalia Dill. Nada populares no colégio, porém as únicas que conseguiam me fazer sorrir de verdade. Agora estavamos mais juntas que nunca para começarmos a enfrentar o ensino médio.

Logo no primeiro dia de aula, comentei com Steffane que sentia que tudo em minha vida estava prestes a virar de ponta a cabeça, mal sabia eu, que estava completamente correta.

Era aula de geografia, não conseguia prestar atenção na aula, então fiquei desenhando flores no caderno, de todos os tamanhos e formas. Quando estava completando a última pétala da sexta flor, o sino tocou e finalmente a aula havia acabado. Arrumei minhas coisas às pressas e fui ao encontro de Steffane e Natalia.

-- Cara, que aula chata, podia jurar que passei vinte anos dentro daquela sala... -- disse Steffane com desdém.

-- Né, pelo menos os meninos que sentam do meu lado são bonitos até, e eu, como sou a mais linda de todas, já tenho o telefone de todos eles. -- comentou Natalia, fazendo todas nós rirmos.

-- Como assim já...

Ia perguntar à Natalia como havia sido tão rápida, mas algo me interrompeu. Um menino que andava destraidamente, ouvindo música alta, esbarrou em mim com seu skate.

-- Hey, me desculpe, te machuquei?

-- Aah, não -- falei, boquiaberta, reparando em seus lindos olhos verdes.

-- Então vou acreditar em você. -- disse abrindo um sorriso suave e se virando para ir embora.

Sorri de volta e disse:

-- Espere, você não é da nossa escola.

-- Não, não sou. Mas atrás da sua escola tem uma pista maneira de skate.

-- Entendi, é skatista.

-- Sou...

O clima ficou um pouco tenso por causa do silêncio que veio logo em seguida, por isso resolvi quebrá-lo, apresentando Natalia e Steffane.

-- Bem, esta é a Natalia e esta a Steffane -- disse apontando para as duas, ambas acenaram educadamente -- e eu, sou Lorraine.

-- Muito prazer em conhece-las, meu nome é Henry...

O menino pareceu preocupado com algo e deu uma olhada no relógio, logo conclui que estava atrasado para ir à algum lugar, provavelmente, na pista de skate.

-- Então tá, Henry, a gente se vê por ai, legal te conhecer.

-- Tudo bem -- falou em meio a risadas -- foi legal conhecer vocês também, até.

-- Até. -- Natalia, Steffane e eu falamos em coro.

-- Ok, agora, amiga... Me explica o que foi isso de sendo superamiga do menino que esbarrou em você na rua. -- perguntou Natalia.

-- Uai, normal, achei gato.

Ambas riram e Teff aproveitou o momento para me alertar.

-- Cuidado, amiga, não vá se apaixonar pelo amor de Deus.

-- Credo, claro que não gente, é só um menino que encontrei na rua.

-- É, mas da última vez não foi isso que aconteceu na sua cabeça de alfinete. -- Natalia disse, se referindo a última vez que eu me apaixonei, completamente ridículo, estava no shopping com uma amiga, Letícia, e ela me apresentou um amigo, decidi que iria me apaixonar por ele e assim foi feito, meu amor durou uma semana e sofri em segredo por seis meses.

-- É, mas acho que não vou cometer este erro de novo né, Naty, ninguém merece.

Dito isto, minha mãe chegou para me buscar, despedi das duas e fui embora com o menino skatista na cabeça. Ai meu Deus, não posso deixar isso acontecer de novo.

Teoria de AmorantesOnde histórias criam vida. Descubra agora