War of Hearts {lawrusso}

III - This is a war

III

Johnny estava caminhando pelo estacionamento do ginásio onde havia acontecido o All Valley Karate Tournament. E viu que, próximo ao seu Firebird, estavam os seus companheiros do Cobra Kai. Eles estavam esperando por ele e, conforme Johnny foi se aproximando, começou ao ouvir os risos eufóricos dos rapazes, isso o deixou confuso, e ao mesmo tempo, curioso por não saber o que era tão engraçado para fazer com que os adolescentes rissem daquela maneira.

— Do que vocês tão rindo? — perguntou Johnny com um sorriso no rosto, mesmo que estivesse confuso com a situação.

— Estamos rindo de você — Tommy disse, entre risos.

Johnny não conseguiu acreditar no que acabou de ouvir. A raiva estava tomando conta dos seus pensamentos, o seu coração começou a bater mais rápido e com muita força na sua caixa torácica, o seu rosto estava quente como o inferno. O garoto não conseguiu enxergar um único motivo para que ele tenha se tornado uma piada, eles não tinham o direito de rir dele daquela forma, Johnny dedicou a sua vida ao Cobra Kai.

— Calem a boca, seus idiotas.

Lawrence deu uma passo para frente na direção dos adolescentes, que não param nem por um minuto com aquelas risadas estridentes, mas antes que pudesse se aproximar ainda mais para acertá-los com força, sentiu braços fortes em volta do seu pescoço, e logo em seguida, começou a perder o ar.

— Você vai morrer, perdedor.

O oxigênio já havia abandonado os pulmões de Johnny por conta do seu desespero, e quanto mais o garoto lutava para se libertar, mais a sua consciência o abandonava.

Ao abrir os seus olhos, Johnny se deparou com o teto do seu quarto, o ar lentamente começou a invadir os seus pulmões, e isso trouxe um enorme alívio. Aos poucos, o garoto começou a compreender que isso tudo foi apenas mais um terrível pesadelo, e ao tentar se levantar, o adolescente percebeu que seu corpo não obedecia aos seus comandos. Johnny estava paralisado da cabeça aos pés, e isso o deixou tão assustado, fazendo com que ele tentasse até mesmo chamar por sua mãe, mas nem isso o garoto conseguiu, no máximo escapavam alguns murmúrios dos seus lábios fechados.

Aquele terror que estava vivendo dentro do seu sono o seguiu para sua realidade.

Essa era uma batalha inútil de lutar, Johnny simplesmente não conseguia controlar o próprio corpo, e isso estava durando alguns minutos, até que com um impulso forte, Johnny se lançou para fora da sua cama e caiu com brutalidade no chão gelado do seu quarto.

— Que porra é essa que está acontecendo comigo? — Questionou o garoto sentindo as lágrimas quentes escorrerem pelo seu rosto.

[...]

Laura estava sentada em uma cadeira confortável na varanda, observando o seu lindo jardim tomado por flores amarelas enquanto tomava um chá, seu cabelo loiro balança com a brisa fresca.

Apesar de parecer serena, o coração da Sra. Lawrence estava cheio de preocupações em relação ao seu filho. Já fazia algum tempo que ele tinha se comportado de maneira estranha, naquela manhã o rapaz não saiu do quarto nem para tomar café da manhã, e ela não conseguia imaginar o que estava acontecendo com o seu garoto.

No entanto, ela não queria que essa enorme distância aumentasse entre eles, ela precisava fazer algo em relação a isso. Johnny era a única pessoa nesse mundo, que Laura amava verdadeiramente com todo o seu coração.

Laura deixou a sua xícara de chá sobre uma mesa ao lado da sua cadeira, e se levantou para seguir em direção às escadas. A Sra. Lawrence estava determinada a conversar com o seu garoto, porém antes que pudesse colocar o seu pé no primeiro degrau, foi interrompida pelo som do telefone tocando.