CAPÍTULO 3 - Um novo lar...

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Chegamos a um beco, entramos, vimos se não havia ninguém nele,  arrumamos nossas coisas e finalmente nos sentamos.

         Estávamos muito cansados, então decidimos comer, descansar e depois disso olharmos onde estávamos; irmos a um mercado e a uma lavanderia.

         Tirei da minha mochila duas garrafas d´água, dois sanduiches e um pacote de bolacha e dividi  tudo com Rony.

         Depois de comermos sem ninguém falar nada, Rony finalmente abriu sua boca.

         - Lu, acho que devemos dar uma olhada em que parte da cidade que estamos. Precisamos achar um mercado para pegar mais comida e uma lavanderia, porque eu e você estamos fedendo.

         - Obrigada por falara que eu estou fedida, mas é verdade. Vamos achar isso logo.

         Já estava noite por isso decidimos agir, porque os lugares estariam fechados e eu conseguiria abrir sem ninguém nos ver.

Depois de andarmos mais ou menos três quadras, achamos um mercadinho e uma lavanderia, que para a nossa sorte era um ao lado do outro.

         Decidimos que iriamos primeiro a lavanderia. Abri a porta facilmente com meu poder e entramos.

         Quando entramos vimos que em um lado da lavanderia havia umas cinco maquinas de lavar, ao lado oposto, cinco secadoras e no centro vários bancos onde as pessoas esperavam pelas suas roupas.

         O local era bem antigo, com um papel de parede com flores amarelas e sujas. No final da lavanderia um pequeno balcão onde tinha uma plaquinha onde havia escrito “informações” e outra com “caixa”.

       Vasculhando a loja, encontramos dois banheiros, um feminino e outro masculino, entrei no feminino e coloquei uma roupa limpa que havia trazido e sai, Rony havia feito o mesmo em no banheiro masculino.

         Saímos da parte dos banheiros e voltamos à parte central da lavanderia, colocamos as nossas roupas sujas em uma máquina e fomos ao mercado.

         Enquanto nossas roupas lavavam fazíamos nossas compras, ou melhor, pegávamos nossas compras.

         O mercado era um local simples, havia várias prateleiras com comida, algumas geladeiras e também utensílios de cozinha.

         Abri o mercado com a mesma facilidade que abri a lavanderia.

         Andamos pela loja e pegamos água, bolacha, salgadinhos, refrigerantes, uma panela, uma colher, um isqueiro e macarrão instantâneo.      

         Saímos do mercado sem deixar rastros de que estivemos lá, tranquei a porta e fomos novamente à lavanderia.

         Nossas roupas estavam lavadas e coloquei-as nas secadoras. Sentamos em um dos bancos centrais e Rony ficou me encarando o tempo todo, mas não me preocupei, ele me encarava toda a hora.

         Depois de quinze longos minutos, nossas roupas finalmente ficaram prontas, pegamos e as guardamos em nossas mochilas junto com a comida, metade para cada em caso de nos perdemos (para ninguém ficar sem comida) e voltamos ao nosso novo “lar”.

         Quando voltamos, arrumamos nossas camas improvisadas. Esperava que pudéssemos nos instalar permanentemente lá, tínhamos nos afastado muito do local da última aparição dos Grapes, mas temia que eles nos achassem mesmo longe.

         - Rony, você está dormindo? – falei com baixinho.

         - Não. O que foi Luna? – disse ele com uma voz sonolenta. Ele estava dormindo.

         - Você acha que os Grapes vão nos achar aqui? Que podemos ficar aqui? – ele ficou em silêncio, já sabia o que isso significava, mas ele afirmou o que eu já sabia.

         - Acho que eles podem nos achar aqui sim, por isso devemos começar a arrecadar dinheiro para comprar uma casa ou apartamento, assim eles não nos precingir já que vão achar que não temos poderes. – ele mudou de voz muito rapidamente, de uma voz sonolenta para uma voz séria. Ele não estava brincando.

         - Mas você não acha arriscado comprar algo assim? Você não acha que podem nos achar mesmo assim? – disse quase reprovando a ideia.

         -Acho que eles podem nos achar, mas quando conseguirmos esse dinheiro já seremos mais velhos e, como você sabe, adultos conseguem controlar e esconder os poderes. Assim nós poderíamos trabalhar, conseguir dinheiro... – sua voz foi sumindo, quando percebi já estava quase dormindo.

         A ultima coisa que consegui ouvir de Rony foi:

         -... Construir nossa família... – ouvi essa frase quase como um sussurro, então fui engolida pela escuridão de um sono profundo sem sonhos ou pesadelos. 

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O que acharam do Rony nesse capítulo?? 

Espero que gostem! 

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