Capitulo 5 - AUSTIN pt.1

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- Seja qual for o plano, é suicídio, vocês sabem né?! - Mal abri os olhos e Charlott já está dando instruções.

- Por mim está ótimo. - respondo.

- Morreríamos de qualquer jeito, não custa tentar né? - Tem um tom de ansiedade e medo na voz de Luna, mas insiste em manter o sorriso no rosto.

- Então, qual o plano? - Pergunto a Charlott.

- Por enquanto nenhum. Fora dos limites do Sul é um mundo novo para mim, ouvi várias histórias. Primeiros temos que conhecer, chegar até lá, aí pensaremos em como resgatá-las.

- E como chegaremos lá, alguém sabe o caminho? - Luna pergunta.

Elaestá certa, o vilarejo de San Marye está no mínimo a décadas atrasado emdesenvolvimento em relação ao restante de Aland. Sou um dos poucos do vilarejoque conhecem algo além dos limites Sul. Passei muito tempo tentando chegar aoencontro das quatro linhas, traçando meu próprio mapa. Conheci algumas armas eequipamentos que não fazia a menor idéia de como funcionavam, e isso acabava meatrasando um pouco. Sempre que possível roubava um ou outro equipamento para levar até Carlo, ela desmontava e me explicava como funcionava e para que servia. Ele me devia isso, por todas as vezes que o livrei de levar uma surra dos garotos mais velhos da escola.

Pelo barulho que vem das ruas, o vilarejo deve está bem agitado essa manhã. Pelo que vi nos cartazes espalhados pelo vilarejo dias atrás, hoje é o dia do rei mandar os cobradores de impostos. Se tem alguém que sabe o caminho até o rei, com certeza são esses homens. E eles vão nos levar até lá.

- Eu sei como chegar até lá. E sei quem vai nos levar - respondo arqueado um sorriso no canto do rosto.

Não temos uma reputação que nos permita andar nas ruas de San Marye sem sermos perseguidos. Andamos sorrateiros ou disfarçados pelos becos menos movimentados, eu particularmente prefiro os telhados.

Paramos em frente a uma barraca, pelo cheiro de incenso deve ser casa de medicamentos naturais, a barraca é a mais próxima da prisão, a mesma prisão que Charlott estava dias atrás, e nos dá uma ótima visão da chegada dos cobradores de impostos.

Nósúltimos anos os cobradores trocaram as carroças e os cavalos por algo maismoderno, sem cavalos. Carros, como Carlo costuma chamar, ele tirou isso de um jornal cheio de imagens de "carro" que acabei pegando em uma das viagens ao Oeste.

Aponto para um dos três carro parados em frente a prisão.

- Lá está nosso bilhete direto para o rei.

- Sabe como isso funciona - Charlott pergunta.

- Simples, é só entra e......, tá, não sei, mas conheço alguém que sabe. - respondo um pouco desapontado por não ter pensado nesse detalhe.

Seguimos pelo beco menos movimentado no centro da cidade. Faz bastante frio, o que não deixa ser estranho o fato de usarmos gorros que cobrem quase todo o rosto, um bom disfarce. Paramos em frente a uma casa verde musgo ou verde velho não sei. Observo a janela na parte de cima da casa, lá está ele, deve estar brigando com sua madrasta como de costume.

- Fiquem aqui, só vou levar um minuto.

Me aproximo e abro a janela.

- E aí cara, muito ocupado? - sorrio ao ver que assustei ele.

-Por Deus seu maluco, o que faz aqui? Você sabe que está todo mundo a traz devocê né? Falam que você é um bruxo, ou bruxa sei lá, e que andou ajudando abruxa daquela casa mal assombrada. Falam até que você tem pacto com ossubmundanos e faz magia. Isso é verdade? Cara, você sabe que eu posso estar condenado só por estar falando com você, não sabe? - Carlo fala de forma acelerada como se a surpresa fosse maior que o medo

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