"Dizem que tudo acontece por alguma razão, que o nosso destino está traçado desde o dia em que nascemos. Eu não acredito no destino, a não ser aquele que eu própria tracei para mim mesma. Aquele que eu construí." - Maia Flynn
Inicio - 31/03/2021
Fim...
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Há dias em que não entendo porque é que os meus pais quiseram ter mais filhos.
Não me levem a mal, eu adoro os meus irmãos, mas há dias em que sinto falta de ser filho único. Sinto falta de não ter sempre dois pirralhos à minha volta a brincar, a fazer barulho e a pedir-me para os levar para todo o lado. Mas é o que acontece quando tenho 17 anos e sou o irmão mais velho entre um irmão de 14 anos e uma irmã de 10. Como já disse eu adoro-os, mas há dias em que não os aguento. Dias como o de hoje.
Eu só queria aproveitar o último fim de semana de férias tranquilo antes da loucura que vai ser o último ano. Mas como dizem, querer não é poder e neste momento tenho o meu irmão a chatear-me há vinte minutos para o levar ao parque perto de nossa casa.
- Oliver, eu levo-te se isso te fizer calar a boca cinco minutos. - Ele olhou para mim, sorriu e fechou a porta do meu quarto para se ir calçar.
Eu com a idade dele não era tão irritante. Mas já que tenho de o levar e tenho vou aproveitar para ir treinar um bocado para o campo de basketball. Os treinos vão começar assim que as aulas começarem e quero estar em forma e preparado para o último ano na equipa, tenho de me conseguir destacar para conseguir uma bolsa para uma boa faculdade. Só de pensar nisso começo a ficar nervoso. Eu tenho de conseguir essa bolsa, porque se não conseguir posso dizer adeusinho ao meu objetivo de estudar música na faculdade. Os meus pais apoiam-me em tudo, mas já deixaram claro que só permitem que eu siga música se for através da bolsa, caso contrário não me dão dinheiro para pagar a faculdade. É um dos únicos assuntos que me deixa mesmo muito chateado com eles, então evitamos ao máximo tocar nele.
Aproveitei que o Oliver ainda não estava pronto para ligar ao Noah e perguntar se por algum milagre ele estava no parque com o resto do pessoal. O nosso grupo não é muito grande, mas todos os rapazes estão na equipa de basketball do colégio então muitas vezes vamos para o parque treinar.
Depois de ligar ao Noah, confirmar que estavam todos no parque e de fazer um bocadinho de drama por não me terem ligado antes para ir ter com eles o Oliver já estava pronto e fomos a caminho.
O parque não ficava muito longe da nossa casa, eram dez minutos a andar, então chegamos rápido.
- Eu vou indo, o Lucas já chegou. – Disse o Oliver preparando-se para correr em direção ao amigo. Puxei-o pelo braço para ele continuar à minha beira.
- Não sei a que horas vou sair daqui porque vou treinar com os rapazes, mas se quiseres ir embora liga-me ou pede boleia à mãe do Lucas, está bem? – Ele apenas acenou com a cabeça e foi em direção ao amigo desaparecendo entre as árvores e as pessoas.
Olhei à minha volta durante um segundo e verifiquei que o parque estava, para surpresa de ninguém, bastante cheio. Num sábado à tarde, véspera do início das aulas, era de esperar que toda a gente quisesse vir aproveitar os últimos dias livres.
